O vereador por Colniza Elpido da Silva Meira (PR), cujo afastamento foi pedido pela Câmara na sessão de 1º de abril, após a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar acusação de abuso de poder supostamente cometido ao agredir verbalmente a funcionária pública Creuza da Silva Sores, garante que jamais foi afastado do cargo e procurou a Justiça para pedir a suspensão da CPI.
A denúncia que deu origem à CPI foi feita pela coordenadora do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Leonice Cordeiro Almeida, e o requerimento aprovado pelo Legislativo foi apresentado pelo vereador José Anchieta Vieira (PR).
De acordo com o parlamentar, o mal entendido teve início quando ele foi à sede do Peti cobrar os direitos de uma funcionária demitida, segundo ele, injustamente. Elpido relata que a servidora teria sofrido advertências contantes, sendo uma delas, por estar encostada na parede. Ao chegar à sede, ele teria se desentendido com Creuza.
A sessão que aprovou a instauração da CPI, em 25 de fevereiro, foi marcada por tumulto. Elpido perdeu a paciência e acabou agredindo Anchieta, de quem garante sofrer perseguição motivada por problemas pessoais e o episódio voltou à tona quando a Câmara resolveu abrir outra CPI para apurar a quebra de decoro parlamentar.
Vereador agride colega durante sessão e é levado para a cadeia
Elpido ressalta que jamais agrediu verbalmente a servidora citada, tanto que Creuza retirou a queixa registrada em boletim de ocorrência na delegacia do município. Em documento encaminhado ao delegado Vinícius Franciscon Prezoto, a professora do Peti justificou o pedido alegando entendimento alheio ao fato.
Creuza também solicitou à Câmara de Colniza a retirada de seu nome do processo movido pelo Legislativo em desfavor de Elpido, ressaltando que, conforme recomendando pela própria Casa, aguarda as providências do Ministério Público e não autorizou nenhum parlamentar a utilizar o episódio ocorrido.
Diante da situação, Elpido tenta anular, na Justiça, a CPI instaurada para apurar a acusação de abuso de poder em face do desentendimento com Creusa. Ele solicitou ao juiz da Vara Especial da Comarca de Colniza a extinção do processo. Enquanto aguarda a decisão, ele permanece no cargo. Contudo, teme sua cassação.
“Meu pedido de cassação é resultado de um complô da prefeitura”, diz, alegando ser o único vereador de oposição e acusando a maioria dos colegas de estar diretamente ligado à administração municipal. Ele ressalta, inclusive, que Leonice fez a denúncia motivada por interesses pessoais, já que é esposa do servidor público Elio Santos Almeida, concursado para o cargo de motorista da Câmara e beneficiado com a portaria do presidente da Casa, Jovanir Penha de Oliveira, que lhe garantiu o cargo comissionado de assessor administrativo, apesar de mantê-lo na função incial.
“Estão todos sendo beneficiados para falar de mim. Estou sendo perseguido e podem até me tirar da Câmara, mas se sair, saio inocente”, avaliou destacando que, mesmo com sua cassação, não vai deixar seu papel de oposição, formulando denúncias contra a prefeitura, inclusive acompanhando o trâmite das que ele já protocolou junto às autoridades responsáveis.