Os policiais militares Élson Luiz da Silva, 29, e Everton Nobre da Silva, 28, foram identificados pela Polícia Federal (PF) na participação de dois assaltos a caixas eletrônicos. A participação deles, segundo a PF, seria dar segurança aos ladrões para que fizessem o arrombamento sem serem incomodados por outros policiais plantonistas. Os dois são lotados no 4º Batalhão e trabalham no policiamento ostensivo.
Um dos assaltos ocorreu no dia 24 de fevereiro, onde quatro homens armados com revólveres invadiram o prédio do Comper supermercados, em Várzea Grande onde renderam seis funcionários. Em seguida, cortaram o caixa-eletrônico do Banco do Brasil levando cerca de R$ 200 mil que estavam nas gavetas. Do chamado "kit arrombamento" – maçarico, cilindro de oxigênio e botijão de gás -, deixaram no local apenas o botijão.
Por cerca de meia hora – tempo considerado recorde – os ladrões cortaram a lateral esquerda do caixa e tiveram acesso às gavetas com o dinheiro. Usaram refrigerantes para resfriar o maçarico que não foi deixado no local.
O outro assalto ocorreu no dia 15 de março no edifício Milão onde três bandidos arrombaram o caixa do banco Santander e levaram todo o dinheiro – cerca de R$ 40 mil, uma vez que a instituição financeira abastece seus caixas de autoatendimento com pouco dinheiro, justamente para inibir os roubos.
Conforme a PF, o arrombamento ocorria justamente no plantão dos dois soldados que monitoravam a movimentação policial. Caso houvesse algum ronda na região, os ladrões tinham que esperar. "Os assaltos ocorriam durante a madrugada porque a movimentação policial era menor", explicou o delegado federal Fernando Salomão.
O delegado, no entanto, não confirmou a participação de um terceiro militar, possivelmente do 1º Batalhão que estava no pátio do Modelo da Ponte Nova no momento da prisão de três envolvidos no arrombamento. Na ocasião, esse PM foi levado até a Corregedoria Geral da Polícia Militar para prestar esclarecimentos.
O delegado acrescentou que a dupla recebia como um integrante do bando, chefiado pelos irmãos Machado, não tem porcentagem nos roubos. O chefe seria Genivaldo Machado, também preso pela PF.