Savi quer cortar 280 DAS da Assembleia; alguns são fantasmas

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O deputado Mauro Savi (PR), novo presidente da Assembleia, começou o processo de "depuração" do quadro de servidores. Ele possui em mãos um relatório que aponta necessidade de exonerar 280. Muitos são considerados fantasmas, ou seja, não comparecem para trabalhar e, de quebra, ainda ganham altos salários. Ele determinou a "queda" de imediato de 60 ocupantes de cargos comissinados, mas já enfrenta resistência. Quase todos recorrem aos chamados padrinhos políticos, que são os próprios deputados. A tendência é que Savi recue, principalmente nesta fase de campanha eleitoral e num momento em que o deputado cassado José Riva (PP) montou uma banca de advogados para tentar na Justiça reconquistar a vaga e reassumir a presidência.

   A Assembleia recebe cerca de R$ 216 milhões por ano (R$ 18 milhões mensais) de duodécimo, considerando algumas aberturas de créditos adicionais feitas no decorrer do exercício. O número efetivo de servidores é uma incógnita. Não está disponível a relação. São aproximadamente 3 mil servidores. O complexo do Palácio Dante de Oliveira dispõe de 27 gabinetes, embora tenha 24 deputados. Cada um ganha R$ 15 mil mensais, tem direito a outros R$ 15 mil a título de verba indenizatória, controla R$ 30 mil de recursos para manutenção do gabinete e possui outras vantagens, como veículo à disposição.

   A disposição de Savi é de promover mudanças, "enxugando" principalmente o quadro de pessoal e, assim, melhorar a imagem de um Legislativo que por praticamente duas décadas vinha sendo comandado por Riva, ora como presidente, ora como primeiro-secretário (ordenador de despesas). Os escândalos do passado expõem negativamente a Assembleia até hoje. O presidente evita comentar números, assim como o percentual de cortes de servidores e de outras despesas. O clima entre os funcionários DAS é de expectativa.

   A estrutura organizacional chama atenção. São dezenas de cargos, distrbuídos nos setores administrativos, pessoal, informática, almoxarifado, jurídico, gabinetes, Escola do Legislativo, Instituto de Memória, coordenadorias Militar, de Cerimonial e Assessorias, Auditoria, Fundo de Assistência Parlamentar (extinto FAP), Orçamento e Finanças e Patrimônio. Os salários variam de R$ 700 a R$ 22 mil. Para não expor ainda mais o confronto com Riva, que monitora os passos de Savi, o novo presidente está procurando fazer os cortes discretamente, mas, a cada decisão, surge uma "choradeira". Além disso, ele não pode se indispor com os colegas porque, em caso de reeleição, pretende disputar a presidência da Mesa Diretora e, dependendo das decisões administrativas, tende a perder apoio.

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