Celly Silva e Karine Miranda, repórteres do GD
O deputado estadual Mauro Savi (DEM) negou a acusação de que fez parte do esquema de desvios de recursos operado no Departamento de Trânsito (Detran), mas garantiu que vai cumprir com tranquilidade a decisão da Justiça. Ele foi preso na manhã desta quarta-feira (9) durante a Operação Bônus, 2ª fase da Operação Bereré.
Chico Ferreira Savi se diz tranquilo e afirma que vai cumprir decisão |
A operação foi executada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e pelo Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) Criminal e cumpriu 6 mandados de prisão preventiva e 5 de busca e apreensão em Cuiabá, São Paulo e Brasília. As prisões foram determinadas pelo desembargador do Tribunal de Justiça (TJ), José Zuquim.
Pouco antes da audiência de custódia realizada nesta tarde, que decidirá se mantém a prisão do deputado, Savi negou que tenha intermediado o acordo que deu origem ao esquema de fraude, desvio e lavagem de dinheiro na ordem de R$ 27,7 milhões, que operou de 2009 a 2015.
Savi foi acusado, ainda na 1ª fase da operação Bereré, de ter indicado o ex-presidente da autarquia, Teodoro Moreira Lopes, conhecido como Doia, e de ter iniciado o esquema que consistia no pagamento de propina pela empresa FDL Serviços de Registro, Cadastro, Informatização e Certificação de Documentos Ltda a diversas empresas de fachada ligadas a parlamentares.
“Obstrução de contrato, obstrução de justiça, nunca fiz isso. O contrato passou por um monte de gente já. Estou tranquilo”, disse Mauro Savi, pouco antes de passar pela audiência de custódia, que é conduzida pelo juiz da 11ª Vara Militar, Murilo Mesquita.
Questionado sobre a decisão do desembargador José Zuquim Nogueira, de impedir os deputados da Assembleia Legislativa de votar a revogação da prisão preventiva decretada – ação permitida pela Constituição Federal -, Savi afirmou que se trata de uma questão a ser resolvida pela Procuradoria do Legislativo. “Aí é questão jurídica. Lá eles têm procuradores para isso. Existem as questões maiores. O negocio é cumprir tranquilamente”, disse.
Já sobre a possibilidade de ter mantida a sua prisão, Savi reforçou que apenas cumprirá a decisão judicial. “Ele [o magistrado] cumpre o papel dele e eu o meu”, resumiu.
Chico Ferreira Decisão sobre prisão será emitida pelo TJ |
Audiência de custódia – Durante a audiência de custódia, o deputado afirmou que foi preso por volta das 6h em sua residência no bairro Santa Rosa, em Cuiabá. Disse que não sofreu nenhum tipo de abuso ou maus-tratos durante o cumprimento da prisão e que foram garantidos os seus direitos.
O Ministério Público do Estado (MPE) manteve o pedido de manutenção da prisão. Já a defesa do deputado afirmou que não tomou conhecimento formal da decisão de prisão, enquanto o procurador do Legislativo, Gregory Maia, requereu que, caso seja mantida a prisão do parlamentar, que ele tenha direito a cela especial em razão da prerrogativa de foro. Savi não possui nível superior.
A decisão sobre a manutenção da prisão ou não será emitida pelo TJ. Enquanto isso, Savi deve ser encaminhado para o Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).
Outras prisões – Além de Savi, foram presos preventivamente o ex-chefe da Casa Civil, Paulo César Zamar Taques, seu irmão, Pedro Zamar Taques, e os empresários Roque Anildo Reinheimer, Claudemir Pereira dos Santos, vulgo “Grilo” e José Kobori. Todos também passarão por audiência de custódia.
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