Presidente da China sobe o tom e diz que nenhum país tem direito de levar Ásia ao caos

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Aliada da Coreia do Norte, a China se esforça para evitar um conflito armado “em seu quintal”

AFP

Garota usa binóculos para observar o lado norte da fronteira em posto de observação perto da cidade sul-coreana de Panmunjom07.04.2013/Lee Jin-man/AP

O presidente da China lamentou neste domingo (7) a tensão na península coreana e, numa aparente referência à Coreia do Norte, afirmou que nenhum país deve ter permissão para jogar a região no caos.

A Coreia do Norte, liderada por Kim Jong-un, tem ameaçado entrar em guerra com os Estados Unidos e a Coreia do Sul, aliada norte-americana, desde que as Nações Unidas impuseram sanções aos norte-coreanos por conta de testes com armas nucleares.

A irritação de Pyongyang também se dá por semanas de exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os EUA

Na semana passada, os norte-coreanos alertaram que diplomatas deveriam avaliar a possibilidade de deixar Pyongyang por causa da tensão, mas as embaixadas parecem encarar o aviso como retórica da Coreia do Norte e permanecem no país.

A Coreia do Sul disse que estava se antecipando a qualquer tipo de ação que o imprevisível regime do Norte pudesse tomar, incluindo o lançamento de mísseis.

A China, aliada de Pyongyang, tem mostrado crescente irritação com as ameaças de guerra nuclear da Coreia do Norte.

O presidente chinês, Xi Jinping, discursando num evento na ilha de Hainan, não citou a Coreia do Norte, mas disse que nenhum país “deve ter permissão para jogar uma região e mesmo o mundo inteiro no caos para ganho próprio”.

— [A estabilidade na Ásia] enfrenta novos desafios, temas importantes continuam emergindo, e existem ameaças tradicionais e não tradicionais à segurança.

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A China vem endurecendo o discurso na atual crise militar pois um eventual conflito colocaria do outro lado da trincheira os Estados Unidos, forte parceiro econômico chinês.

Em razão disso, a China vem pedindo calma nos últimos dias à comunidade internacional e a Coreia do Norte para tentar apaziguar a tensão.

No sábado, o chanceler chinês Wang Yi conversou por telefone com o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon.

Eles concordaram que o diálogo é a única solução possível para a crise e que “a China não aceitará problemas em seu quintal”.

O secretário de Estado americano, John Kerry, deve visitar a China e também a Coreia do Sul e o Japão na próxima semana. As conversas nessas ocasiões devem ser focadas na escalada de ameaças nucleares da Coreia do Norte contra os EUA e seus aliados.

Autoridades americanas afirmaram que não se surpreenderão se a Coreia do Norte disparar seus mísseis. Por isso, o país está instalando defesas antimísseis em sua base no oceano Pacífico, na ilha de Guam.

Por outro lado, os americanos também se esforçam para minimizar o impacto da tensão gerada pela possibilidade de conflito na península.


A Coreia do Norte iniciou uma campanha inédita de fortes ameaças desde que recebeu sanções das Nações Unidas em março por ter realizado seu terceiro teste nuclear.

Entre as ameaças estavam ataques nucleares contra os EUA, a declaração formal de guerra à Coreia do Sul e a promessa de reativar um reator nuclear — desafiando as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

A movimentação de baterias de mísseis na Coreia do Norte gerou preocupação na comunidade internacional, mas não está claro qual é o grau de desenvolvimento das armas nucleares do país.

A última ação militar da Coreia do Norte aconteceu em 2010, quando o país bombardeou uma ilha da Coreia do Sul e matou quatro pessoas.

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