Os preços continuam subindo em março, segundo dados divulgados nesta terça-feira (23) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No mês passado, o IPCA-15 (Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo- 15 dias) constatou que os produtos em dez capitais brasileiras mais o Distrito Federal ficaram, em média, 0,55% mais caros. O IPCA é o indicador que o governo federal considera como inflação oficial.
O IPCA-15 é uma prévia do IPCA anual. Ou seja: quando o governo diz “para a inflação ficar dentro da meta”, é sobre o IPCA que ele se refere. Para este ano, a meta de inflação é de 4,5%, mas os analistas dizem que se os preços continuarem subindo mês a mês, a inflação em 2010 vai ficar bem acima desse patamar.
– Considerando os últimos doze meses, o índice ficou em 5,09%, também acima dos doze meses imediatamente anteriores (4,63%). Em março de 2009 a taxa havia ficado em 0,11%.
Os preços na educação foram os que mais influenciaram a redução do ritmo inflacionário. Os efeitos dos reajustes sazonais (que acontecem em determinada época) de início do ano ficaram concentrados em fevereiro. É normal que o segmento educação empurre os preços para cima em janeiro e em fevereiro. Em março, o grupo apresentou variação de 0,55%, enquanto em fevereiro atingiu 4,55%. A taxa de 0,55% do mês reflete, basicamente, os reajustes ocorridos na região metropolitana de Fortaleza (5,77%).
Os reajustes nos transportes públicos também já foram absorvidos nas capitais analisadas. As tarifas dos ônibus urbanos passaram de 3,84% em fevereiro para 1,7% em março. Ou seja, o ritmo da inflação caiu para menos da metade. Em Belém (6,32%), com reajuste de 8,8% (em vigor desde o dia 03 de fevereiro); Rio de Janeiro (5,86%), reajuste de 6,82% (em 08 de fevereiro); e Porto Alegre (5,60%), reajuste de 6,52% (em 07 de fevereiro).
Para calcular o IPCA-15, os preços foram coletados entre 11 de fevereiro e 15 de março e comparados com o resultado do período de 15 de janeiro a 10 de fevereiro. São analisadas famílias com rendimento entre 1 a 40 salários mínimos, e a pesquisa abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA; a diferença está no período de coleta dos preços.