A maioria das prisões ocorreu em Mato Grosso e uma em Tocantins.
Por: Pollyana Araújo
Além de Mato Grosso, a operação foi realizada no Tocantins, Pará e Maranhão, porém, nos últimos dois estados os suspeitos não foram localizados. O delegado responsável pela ação, Bruno Costa de Toledo, disse que houve dificuldade no momento da chegada dos suspeitos na cadeia pública de Cáceres, a 220 quilômetros da capital. Segundo ele, os agentes prisionais que encontram-se em greve há cerca de 10 dias se recusaram a receber os detidos. Desse modo, foi necessário ingressar com um pedido da Justiça para acomodá-los.
Toledo explicou que os integrantes da quadrilha recebiam a droga, que era comprada na Bolívia, em Pontes e Lacerda e distribuída para outros estados. Com os detidos em Pontes e Lacerda foram apreendidas cinco armas, sendo que algumas de calibre restrito, e munições. “Isso demonstra que, além do tráfico, a quadrilha usava da violência”, avaliou o delegado.
Na operação, os agentes utilizaram carros sem identificação da Polícia Federal para evitar a fuga de criminosos. “Tem muita gente nessa área que vive disso e, se tiver qualquer suspeita de que é carro de polícia, perderíamos os alvos que foram presos”, pontuou. De acordo com o delegado, a quadrilha costumava andar em comboio de veículos para evitar a fiscalização nas rodovias. “Utilizavam vários veículos. Um cuidava do outro com rádios de comunicação na tentativa de burlar a fiscalização”, afirmou. Durante as investigações, 13 pessoas foram presas e quase 600 quilos de droga apreendidos.
Um dos 26 presos em Pontes e Lacerda é uma jovem que já havia sido detida no início de março deste ano, na BR-070, em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá. Ele foi flagrada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) transportando mais de 14 quilos de pasta base de cocaína em um compartimento falso perto do parachoque do veículo que conduzia. Ela estava acompanhada da filha de 5 anos, mas havia sido solta e agora foi detida novamente.
Greve
De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Prisional de Mato Grosso (Sindispen), João Batista, a recusa em receber os detentos foi legítima por conta da falta de agentes devido à greve. “Com a redução de agentes em atividade, os servidores não têm condições de atender a um aumento no número de reeducandos e só aceitamos em casos de prisão em flagrante e por meio de mandado judicial”, alegou.