Welington Sabino/ GD
Pelo menos 19 servidores da Polícia Civil, entre delegados, investigadores e escrivães foram arrolados como testemunhas nos processos criminais que tramitam na Justiça tendo como réus o delegado João Bosco Ribeiro de Barros, sua esposa, a investigadora Gláucia Cristina Moura Alt, e ainda outros 4 policiais. Até o momento, já foram realizadas 5 audiências de instrução e julgamento entre abril e outubro e a próxima está prevista para ocorrer no dia 5 de dezembro às 14h. À ocasião, serão mais 2 investigadores e um mecânico, todos na condição de testemunhas.
Bosco e Gláucia foram denunciados pelos crimes de associação para o tráfico e corrupção passiva enquanto os policiais foram denunciados por sequestro e abuso de autoridade por invasão de domicílio. Todos foram investigados e presos pela Polícia Civil durante a Operação Abadom no dia 27 de junho de 2013 quando a Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) acusou o delegado e os 5 policiais de estarem envolvidos com uma quadrilha de traficantes que atuavam em Cuiabá e Várzea Grande. Todos estão afastados dos cargos desde maio deste ano por decisão judicial que atendeu pedido formulado pelo Ministério Público Estadual. Porém, continuam recebendo os salários.
O MPE também pede no processo a condenação dos acusados por ato de improbidade administrativa, com a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos pelo período de 10 anos, perda dos valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio dos envolvidos e pagamento de multa civil de até três vez o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o poder público. Os valores serão calculados ao final do processo. Ainda não há decisão nesse sentido, de condenar ou absolver os acusados.
Na próxima audiência do processo serão ouvidos o mecânico industrial-pintor Enésio Carneiro da Silva, e os policiais Arley Xavier de Oliveira e Idalmir Bezerra Ferreira, ambos investigadores da Civil. Os três foram arrolados pelo Ministério Público. Conforme os autos, já foram realizadas pelo menos 5 audiências nos dias 16, 23 (continuidade da primeira) e 29 de maio, outra no dia 18 de julho, no dia 22 de agosto e a última em 17 de outubro deste ano.
Também vale destacar que o processo principal foi desmembrado em 4 processos para dar mais agilidade no caso. Conforme a decisão que separou os processos, a medida foi tomada privilegiando a todos os acusados, principalmente aqueles que ainda estão presos de forma preventiva. Os o delegado, sua esposa e os investigadores Cláudio Roberto da Costa, George Fontoura Filgueiras e Leonel Constantino de Arruda estão em liberdade desde 2013, pois conseguiram habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Quem continua preso é um dos traficantes, cujo processo está relacionado, principalmente por causa das provas e testemunhas arroladas.