O técnico Cuca possui uma carreira recheada de “quases”. O mais recente foi no Campeonato Brasileiro deste ano, com o Cruzeiro. A equipe teve um início de competição ruim, mas se recuperou e passou a maior parte do torneio brigando pela liderança, sendo que nas 29ª e 30ª rodadas o time celeste alcançou o topo.
Cruzeiro valoriza vice e vaga direta na Libertadores
A missão de Cuca era ingrata neste domingo (5). Para obter sucesso, Cuca teria que contar com um elemento que não faz parte de seu histórico: a sorte. O Cruzeiro teria que vencer o Palmeiras, e torcer para Fluminense e Corinthians tropeçarem diante dos rebaixados Guarani e Goiás, respectivamente. O fato "quase" aconteceu. O time celeste fez sua obrigação e venceu por 2 a 1, o Corinthians ficou no 1 a 1 com os goianos, mas o Flu bateu o clube de Campinas por 1 a 0, deixando os mineiros com o vice-campeonato.
Especialista em recuperar times que estão em baixa no Brasileiro, como fez com o Goiás em 2003 e com o Fluminense em 2009, o treinador não tem o hábito de repetir o mesmo sucesso quando a disputa está na parte de cima da tabela. Com o segundo lugar do Cruzeiro este ano, foi a quarta vez que Cuca ficou muito perto de conquistar um título importante do futebol brasileiro. Mas só perto.
No Campeonato Brasileiro de 2007, sob o comando de Cuca, o Botafogo liderou a competição durante 12 rodadas. A equipe carioca voltou a aparecer com destaque no cenário nacional após muitos anos, mas acabou perdendo espaço na reta final da competição e viu o São Paulo de Muricy Ramalho ficar com o título.
No ano seguinte, Cuca novamente bateu na trave. Desta vez, ainda no Botafogo, chegou à final do Campeonato Carioca para enfrentar o Flamengo. A nova derrota em uma decisão deixou o comandante com a fama de “pé-frio”. Além disso, as reclamações por parte dos botafoguenses fizeram com que os rivais os acusassem de “chororô”.
Em 2009, Cuca viveu a experiência inversa no primeiro semestre. O treinador mudou de endereço no Rio de Janeiro e passou a comandar a equipe do Flamengo. Mais uma vez, o treinador levou sua equipe à decisão do Carioca. Desta vez, o adversário era justamente o Botafogo, seu ex-clube. Cuca conseguiu vencer e saiu com uma taça nas mãos depois de vê-la escapar por várias vezes.
Porém, no segundo semestre do mesmo ano, o treinador, já no Fluminense, viveu dois momentos distintos. Enquanto evitou, de forma milagrosa, que a equipe fosse rebaixada no Campeonato Brasileiro, conseguiu chegar até a final da Copa Sul-Americana. Porém, mais uma vez a síndrome de Cuca entrou em ação e, em pleno Maracanã, o time perdeu o título para os equatorianos da LDU.