NOVA MARINGÁ E JUARA Ibama flagra desmatamento de 617 ha e aplica multa de R$ 3 milhões

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Numa fazenda entre os municípios de Nova Maringá e Juara (400 Km e 709 Km a médio-norte de Cuiabá, respectivamente), fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) interromperam o desmatamento de uma área que já chegava 617 hectares de destruição da floresta e aplicaram multa superior a R$ 3 milhões ao fazendeiro dono da propriedade. De acordo com órgão, caso não houvesse a intervenção, a área desmatada com a utilização dos chamados correntões, poderia chegar aos 1500 hectares.

De acordo com a assessoria de imprensa do Ibama, a ação é marca os bons resultados que a instituição tem conseguido com o investimento em tecnologia. Para isso, satélites com imagens de alta resolução rastreiam a floresta 24 horas por dia em busca de situação de desmatamento. Equipes em viaturas preparadas e helicópteros vão diretamente ao ponto, racionalizando tempo e diminuindo o número de agentes.

Dessa forma, à medida em que as imagens do desmatamento em andamento chegaram, as equipes partiram para o local e fizeram o flagrante realizando os procedimentos de identificação do proprietário do imóvel bem como a aplicação de multa. “A fiscalização conseguiu evitar que cerca de 900 hectares de floresta nativa caísse”, destaca o Ibama, em nota. Quando os fiscais chegaram, com 617 hectares desmatados, os envolvidos na derrubada da mata pararam.

O órgão alerta que se o desmatamento fosse adiante poderia se transformar em degradação ambiental de grandes proporções. “Esse é um alvo muito impactante, pois o desmatamento foi feito com uso de correntão, que é a pior forma de degradação, pois arranca árvores nas raízes. Perdem o solo, a floresta e os animais que vivem ali”, disse Maria Luíza Gonçalves de Souza, responsável pela Coordenadoria de Operações de Fiscalização do Ibama (Cofis).

Divulgação/Ibama

Tratores e correntões foram apreendidos

Na ocorrência, foram apreendidos os 2 tratores de esteira e o correntão utilizados. Os equipamentos foram levados para o município de Juína (735 Km a noroeste de Cuiabá), onde ficarão depositados no pátio da prefeitura até que o processo seja concluído. Se for decretada a perda dos bens, eles serão doados ao município.

“Temos contado com as prefeituras, que estão tomando consciência de que a floresta em pé é mais valiosa do que derrubada. Elas estão do nosso lado”, comemorou Marcus Keynes, superintendente do Ibama em Mato Grosso. Ele foi ao local entregar o auto de infração ao advogado do fazendeiro infrator.

Mato Grosso lidera desmatamento na Amazônia – Somente em março deste ano, o desmatamento da Amazônia Legal foi de 58 quilômetros quadrados, um aumento de 195% em relação a março de 2014, quando foram derrubados 20 km² de florestas. Os dados são do monitoramento não oficial produzido pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Os estados que mais sofreram com o desmatamento em março de 2015, segundo o SAD, foram Mato Grosso (76%) e Amazonas (13%), seguidos por Rondônia (8%), Tocantins (2%) e Pará (1%). Os municípios mais desmatados foram Feliz Natal e Itaúba, ambos em Mato Grosso. No mês em questão, 86% do desmatamento aconteceu em áreas privadas, 9% em assentamentos de reforma agrária e 5% em unidades de conservação.

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