Kleina já usa discurso de que Verdão “continua grande mesmo se cair”

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A convicção no Palmeiras é de que os dois próximos jogos, contra Botafogo e Fluminense, definirão se o time ainda tem chances de se manter na primeira divisão do Brasileiro. Mas a possibilidade de um rebaixamento já é, enfim, admitida por Gilson Kleina, mesmo a cinco rodadas do fim do torneio. O técnico adotou em sua entrevista coletiva nesta sexta-feira um discurso que todos os jogadores estão tentando evitar.

“Não pensamos nessa situação. Mas, se houver uma situação adversa de queda, o Palmeiras não vai deixar de ser grande por ir da Série A para a B”, afirmou o treinador, que vai além e se apoia em histórias de sucesso de equipes tradicionais que jogaram a segunda divisão e hoje estão bem.

“Queremos a permanência. Se não acontecer, sabemos como nos fortalecer. Conheço grandes equipes que, através da queda, ficaram mais fortes do que já eram. É necessário entender de que maneira isso será aceito. Primeiro, temos que não pensar nisso porque só depende de nós e temos condições nestes cinco jogos. O plano B é, se não acontecer (a permanência), fazer umplanejamento minucioso”, comentou.

Mesmo com contrato até dezembro de 2013, Gilson Kleina não descarta a possibilidade de ser demitido caso não consiga evitar a presença da equipe na Série B. O técnico, na verdade, fala com certa naturalidade da possibilidade de entrar na história como o segundo comandante a estar à frente do Palmeiras em um rebaixamento.

Fernando Dantas/Gazeta Press
Técnico promete continuar tentando salvar o time, mas cita exemplo de clubes que cresceram depois da Série B
“Não é demérito nenhum. Se vier acontecer, no currículo só entra a queda, não o histórico, a sua parcela e tudo aquilo, mas isso não vai me deixar menos ou mais forte na ambição que tenho. Minha ambição de vir ao Palmeiras foi pessoal, então tenho que enfrentar todo tipo de obstáculo”, comentou, em tom até de agradecimento pela chance de estar no clube.

 

“Já vi grandes treinadores, grandes comissões técnicas e grandes jogadores passarem por essa situação e depois serem os melhores do mundo. Isso não foge nada do que penso. Com tudo que estou aprendendo no Palmeiras, serei maior e melhor após qualquer situação. Vai acrescentar e muito a todos os profissionais”, projetou.

Kleina foi contratado pelo Verdão há um mês e meio, quando faltavam 13 rodadas para o final do Brasileiro. Assumiu o time em penúltimo lugar, a oito pontos do primeiro clube fora da zona de rebaixamento. No torneio, alcançou quatro vitórias e quatro derrotas com o time, indo para a antepenúltima colocação e reduzindo para cinco a diferença de pontos para a primeira equipe fora da faixa de descenso.

Por isso, Kleina minimiza sua culpa em um possível rebaixamento. “Não me preocupo se vou ser absolvido ou penalizado. Se tivermos sucesso, a parcela única não é minha. Se tivermos fracasso, não vou me omitir da minha parcela, vou ser responsável por tudo que fiz. Vamos pensar no Palmeiras, não em numerar o que deu certo e errado. Sucesso e fracasso fazem parte, o importante é ser coerente e dar sequência ao que se pensa no futebol.”

Tanta sinceridade na difícil missão em um clube grande é visto por Kleina como uma visão realista. “Eu queria já falar em outra situação, vivendo nessa potência que é o Palmeiras o lado bom, de alegria. Vivemos o lado do sofrimento, mas não deixamos de enfrentar e tentar”, prometeu.

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