Fundadores do “Fora Sarney” apostam na internet em 2010

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Há cerca de seis meses, um protesto de moldes inéditos no Brasil incomodava o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Se nas ruas as manifestações eram tímidas, na internet um novo tipo de “grito” ganhava força: era o “#forasarney”, movimento na internet que tentava derrubá-lo do cargo.

 

Lutando contra escândalos, sendo o mais grave deles a revelação de que Sarney usava atos secretos para nomear parentes em cargos do Congresso, o presidente do Senado resistiu. Semanas depois, viu os protestos contra ele minguarem na rede. O estudante e funcionário público André Dutra, de 23 anos, que se engajou na luta contra Sarney, acha que faltou equivalência no “mundo real” das manifestações que ocorreram na internet.

– Se tivessem ocorrido manifestações de mil, 2.000 pessoas, as coisas poderiam ter sido diferentes. A pressão de um Conselho de Ética votando com o Senado lotado e as pessoas se manifestando seria diferente. A pressão popular faz com que o político pense duas vezes, ainda mais em ano precedente da eleição nacional. Faltaram conscientização e educação política [dos novos manifestantes da internet para isso acontecer]. O sentimento de comodismo prejudicou.

Dutra é um dos estudantes que no dia 13 de junho de 2009 ficou detido por cerca de seis horas no Senado. Levado pela Polícia Legislativa a uma sala na garagem da Casa, só foi liberado após a intermediação de parlamentares.

Apesar de não terem derrubado Sarney, as pessoas envolvidas nos protestos consideram que a experiência, longe de ser um fracasso, serviu para demonstrar que a internet é uma ferramenta com grande capacidade de mobilização política ainda inexplorada. É o que aponta o gaúcho Moah Souza, de 52 anos, um dos fundadores do site #forasarney.

 

– Esse movimento na web possibilitou que um número grande de pessoas que não tinha condições de participar encontrasse na internet um meio adequado para demonstrar sua revolta. Esse foi o grande o sucesso do nosso movimento. Nós inauguramos esse tipo de manifestação na internet.

Em 2010, Souza pensa que a internet pode servir para ajudar o eleitor a se informar e se conscientizar sobre seu voto.

– A internet servirá para que façamos denúncias de pessoas que não merecem voto, que estão comprometidas com seus projetos pessoais, com falcatruas. A luta do #forasarney continua, no sentido de ampliar a lista de pessoas que não merecem receber votos em 2010.

O estudante André Dutra concorda. Ele vê o Twitter como um recurso que pode aproximar os eleitores dos candidatos que receberão o voto. Como exemplo, o estudante cita o caso do deputado distrital Leonardo Prudente (sem partido), que viu seu Twitter lotar de mensagens de indignação após seu nome ser envolvido em denúncias de esquema de corrupção no Distrito Federal.

– Vai ser a primeira eleição da internet de verdade no Brasil. Os candidatos e os eleitores vão usar Orkut e Twitter, e o político que estiver usando de uma maneira fingida não vai passar despercebido. A internet vai funcionar para aqueles que forem limpos e se mantiverem limpos. Quem deslizar não vai conseguir ficar.

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