Esquema comandado por Riva movimentou R$ 60 milhões

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Izabel Barrizon/ GD


Prisão do ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Geraldo Riva, na tarde deste sábado (21), é motivada por nova denúncia de que teria desviado mais de R$ 60 milhões dos cofres públicos com aquisições falsas envolvendo 5 papelarias de “fachada”. O advogado de Riva, Valber Mello, explicou que o cliente ficou surpreso com a prisão. “Ele recebeu uma cópia do mandado de prisão preventiva, mas não sabe exatamente os motivos, e a defesa ainda não teve acesso, porque a medida foi cumprida hoje”.

Chico Ferreira A Gazeta

Riva chega em Centro de Custódia

Conforme a denúncia do Ministério Público, em um ano, as empresas Livropel Comércio e Representações e Serviços Ltda, Hexa Comércio e Serviços de Informática Ltda, Amplo Comércio de Serviços e Representações Ltda, Real Comércio e Serviços Ltda-ME e Servag Representações e Serviços Ltda, venderam mais de 30 mil toners ao Parlamento, que contava com apenas 150 impressoras na época.

O esquema era realizado na modalidade carta convite, pregão presencial e concorrência pública, e visava a aquisição simulada de material de expediente, de consumo e artigos de informática. As investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), apontam que os materiais não foram entregues, apesar dos servidores terem atestado as notas de recebimento e a Assembleia tenha feito os pagamentos.

Ainda de acordo com o Gaeco, 80% do dinheiro desviado foi sacado na boca do caixa e repassado ao ex-deputado, na época primeiro secretário da Casa. As informações foram obtidas através de sigilo bancário. Janete Riva, esposa do acusado, aparece no esquema, pois na época ocupava o cargo de secretária de Patrimônio.

Um trecho da denúncia cita que “o dinheiro desviado por intermédio do estratagema apresentado transitava nas contas bancárias das pessoas jurídicas ‘fornecedoras’ do material apenas para ocultar o seu retorno para as mãos de José Geraldo Riva, o que se fazia por intermédio do falecido Ademar Adams. Tanto é que 80% do montante depositado pelo Poder Público nas contas das empresas sob escusa de pagamento por produtos e serviços supostamente executados/entregados, foram sacados na boca do caixa”.

Além de Riva e Janete, servidores públicos e empresários são investigados no esquema. São eles: Djalma Ermenegildo, Edson José Menezes, Manoel Theodoro dos Santos, Djan da Luz Clivatti, Elias Abrão Nassarden Junior, Jean Carlo Leite Nassarden, Leonardo Maia Pinheiro, Elias Abrão Nassarden, Tarcila Maria da Silva Guedes, Clarice Pereira Leite Nassarden, Celi Izabel de Jesus, Luzimar Ribeiro Borges e Jeanny Laura Leite Nassarden.

Riva se encontra no Centro de Custódia da Capital, anexo ao Centro de Ressocialização de Cuiabá, e responde por formação de quadrilha e 26 peculatos, em concurso material.

Segundo o advogado de defesa, Valber Mello, assim que tiver acesso a decisão, irá impetrar medida que vise a liberdade do cliente. “Essa prisão é ilegal, incomum, decretada na última hora de sexta-feira e cumprida em um sábado, o que inviabiliza a defesa a ter acesso aos documentos. Ainda conforme Mello, Riva não oferece qualquer risco a instrução criminal.

Sobre Janete, o advogado disse que ela está em casa, e que não há nenhum mandado contra ela. (Com informações MPE e Sissy Cambuim)

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