EQUIPE PARA 2015 Base de apoio ‘engole’ definição a seco

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Sonia Fiori/ A Gazeta


O pedido feito pelo governador eleito, senador Pedro Taques (PDT), aos líderes das siglas aliadas, para que dêem um voto de confiança a ele na livre escolha dos nomes para ocuparem o primeiro escalão, seguindo o perfil técnico, foi mal digerido pelos parceiros do pleito 2014. Discursos oficiais de “companheiros nas eleições” escondem uma reação de ordem política, com tendência a evoluir, devendo respingar diretamente no apoio à governabilidade, e ainda no processo de escolha da nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. Uma das fontes de A Gazeta resumiu, ontem, o sentimento após a reunião ampliada coordenada por Taques, no espaço onde funciona a equipe de transição: “claro que gostaríamos de participar. Se ele quer governar sozinho, tem o ônus e o bônus da gestão. Então não adianta vir depois com problemas”.

Essa posição vem de outros parceiros políticos nas eleições que fizeram parte do encontro na sexta-feira. O descontentamento, disfarçado no momento do encontro, deve nortear discussões internas das agremiações, que tendem a se manifestar “na hora mais oportuna”. São recados velados para Taques, considerando a expectativa que vinha sendo mantida pela maioria dos partidos, de ter o direito de indicar nomes para o staff do próximo governo. O pedetista sinaliza abertura, até agora, apenas para o segundo escalão. Foram aliados de Taques no pleito, no quadro principal, o PSB, DEM, PSDB, e PP.

Momento semelhante a esse foi verificado em 2003, quando o então governador Blairo Maggi (PR) assumiu pela primeira vez o comando de Mato Grosso. À época, tentou imprimir uma administração pautada no estilo “empresarial”, distante das nuances da política. A resposta veio de imediato, com resistências no Poder Legislativo que fizeram Maggi ceder em muitos aspectos. Durante seu segundo mandato, o republicano conduziu com mais ponderação essas tratativas. O respaldo do Legislativo é imprescindível para o andar linear das matérias de interesse do Executivo, que necessariamente, passam pelo crivo das bancadas estaduais.

É nesse mesmo contexto que a decisão de Taques de não abrir espaço de imediato, deve atingir as costuras para a construção de chapa para a disputa ao cargo de presidente do Legislativo. Atuais aliados tendem a avaliar com olhar mais crítico proposta do futuro grupo da oposição para formação de chapa de consenso.

A pagar – O levantamento em números da máquina pública apontam cerca de R$ 2 bilhões comprometidos, sendo aproximadamente R$ 1,3 bilhão desse montante de restos a pagar. “Se está desse jeito o Estado, não demora o governador Taques vai precisar de apoio. Aí também vamos avaliar. Temos quadros para ajudar, mas não podemos estar juntos só na hora de colaborar para resolver adversidades”, disparou outra fonte após o encontro.

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