Encomind pagou R$ 11,9 mi a Mendonça

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Gláucio Nogueira/GD


 Além da destinação do dinheiro operado pelo ex-secretário Eder Moraes em conjunto com o empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, as investigações da Polícia Federal identificaram ao menos 4 empresas, usadas por Eder, a mando, segundo Júnior, do governador Silval Barbosa (PMDB) e do senador Blairo Maggi (PR), que pagavam pelos empréstimos.

De acordo com a procuradora da República Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmagnani, que atua em Cuiabá o trabalho de cruzamento de dados mostra que “foi utilizado um engenhoso esquema para ocultar a origem e natureza dos recursos utilizados para o pagamento dos empréstimos; com a utilização, mais de uma vez, de pessoas jurídicas interpostas para realização de transferências bancárias, havendo indícios de que os recursos empregados nesse esquema sejam resultado de desvios de recursos públicos do Estado de Mato Grosso”.

Uma das empresas é a construtora Encomind, que recebeu do Estado, por meio de 17 pagamentos entre os anos de 2008 e 2010, R$ 112,6 milhões. Do valor, R$ 80 milhões se referem ao pagamento de juros por atraso na quitação de obras efetuadas para a extinta Companhia de Habitação Popular de Mato Grosso (Cohab).

Os dados bancários obtidos em busca e apreensão na casa de Mendonça mostra que ao menos R$ 11,9 milhões foram transferidos da conta da Encomind para as contas da Amazônia Petróleo e Globo Fomento Mercantil, de propriedades de Mendonça. Além da Encomind, são citadas as empresas Todeschini Construtora Terraplanagem, Tocantins Advocacia Ltda. e Sistema Único de Comunicação Social.

“Ressaltamos que estas empresas que creditavam recursos (…) nunca mantiveram qualquer relação comercial, empresarial ou societária que justificasse a transferência de crédito. Ao contrário, o denunciado Eder de Moraes Dias informava a Gércio Marcelino Mendonça Junior a respeito dos depósitos e após davam baixa parcial no saldo devedor”, afirma a procuradora.

Em depoimento, Mendonça confirmou que nunca teve relação comercial com Encomind. “Em outros termos: quase R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) transitaram nas contas das empresas em razão da relação de ‘conta-corrente’ mantida’ com GERCIO MARCELINO MENDONÇA JUNIOR por. BLAIRO MAGGI, SILVAL BARBOSA e EDER DE MORAES DIAS este último como operador”.

Pagamentos – O primeiro pagamento recebido por Mendonça da Encomind ocorreu em setembro de 2009, no valor de R$ 1,9 milhão. “Pelas informações contidas na nota fiscal 15 (…) a AMAZÔNIA PETRÓLEO, em 01/09/2009, simulou a venda 868 mil litros de biodiesel à ENCOMIND, pelo preço de R$2,19/I, no total de R$1.900:920,OO(um milhão novecentos mil e novecentos e vilite reais),’ com o fim de ocultar a natureza da transação e verdadeira origem dos valores; o documento em questão foi reconhecido por GERCIO JUNIOR”, narra trecho do inquérito.

Para a procuradora, chama a atenção o fato de que, na mesma data, o Estado pagou para a Encomind R$ 12,3 milhões, cujo pagamento foi efetivado 2 dias depois.

Outro pagamento descoberto pela PF ocorreu em abril de 2010. Na ocasião, foram creditados na conta da Amazônia mais de R$ 6,5 milhões, referentes à venda futura de 3 milhões de litros de combustível.

No terceiro, de R$ 3,4 milhões, a Encomind repassou o dinheiro para a conta da Globo, com a simulação do reconhecimento de uma dívida. Segundo Mendonça, o “Instrumento Particular de Confissão de Divida” entre as empresas foi elaborado por orientação de Eder.

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