O diretor de Polícia Metropolitana, Clocy Huguinei Oliveira, colocou o cargo à disposição da cúpula da Polícia Civil, nesta semana, em mais um episódio da crise na Segurança Pública de Mato Grosso, marcada pela greve dos escrivães e investigadores.
Conforme MidiaNews apurou, o policial não teria concordado com algumas medidas adotadas pela direção geral da instituição, entre elas, a transferência do delegado João Bosco de Barros, do Complexo do Verdão para a Delegacia de Acorizal (62 km ao Norte de Cuiabá), com jurisdição no Distrito de Nossa Senhora da Guia (a 27 km do Centro da Capital).
Clocy Huguney está de licença médica desde sexta-feira (2), e foi substituído pela diretora-adjunta, Sílvia Virginia Ferrari. Ele passou mal, após se reunir com o delegado João Bosco de Barros, que o informou sobre sua transferência.
Desde ontem, ele está com o celular desligado e a informação de familiares é que o delegado está repousando.
Em conversa com o delegado João Bosco, Hugueney teria dito que não concordaria com a transferência do colega, que teria sido punido por criticar a greve dos policiais civis e reclamar da falta de condições de trabalho no Complexo do Verdão.
A decisão de Clocy Huguney, de continuar ou não como diretor metropolitano, vai depender da avaliação do diretor-geral da Polícia Civil, Paulo Vilela, com o qual terá uma audiência, assim que este estiver em condições.
Conforme o delegado João Bosco, a idéia do diretor metropolitano era transformar a Delegacia do Verdão na Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos, uma exigência do governador Silval Barbosa, que deseja uma investigação mais específica para crimes contra o patrimônio.
João Bosco confirmou a transferência e acredita que ela tenha ocorrido porque criticou a morosidade nas negociações para pôr um fim à greve dos policiais civis.
Na terça-feira (30), ele admitiu que estaria com dificuldades em investigar a tentativa de roubo ao carro-forte ocorrido na Galeria Itália, quando morreram dois seguranças de uma transportadora de valores e dois assaltantes.
“Sem os investigadores, fica muito difícil encontrar os assaltantes”, disse Bosco.