CPI pode fazer acareação entre Luiz Pagot e Cachoeira

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as ligações do contraventor Carlinhos Cachoeira com agentes públicos já começa a causar preocupação no âmbito do Congresso Nacional. O motivo da tensão tem nome: Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

A possibilidade de o executivo mato-grossense se dispor a contar tudo o que sabe nas supostas relações promíscuas entre o bicheiro, a construtora Delta e o Governo Dilma Rousseff deixou de ser remota e se torna cade vez mais palpável. 

Essa disposição, segundo as informações, já provoca tensão entre as lideranças partidárias, notadamente, as do PR, sigla da qual Pagot se desligou na semana passada.

Com efeito, dentre os 37 requerimentos apresentados pelo DEM na CPMI do Cachoeira, um deles promete ser "top em audiência". É o que requer uma acareação entre o Cachoeira e Pagot. O pedido foi feito pelos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Mendonça Prado (DEM-SE).

"Pagot tem mandado sucessivos recados ao Congresso Nacional de que está louco para contar tudo que sabe na CPI. A acareação entre ele e Cachoeira é encarada pelos integrantes da CPI como a primeira grande oportunidade para lavar roupa suja na comissão", diz o jornalista Lauro Jardim, na coluna "Radar Online", no site da revista Veja.

Em seu blog, também nesta quinta-feira, Cláudio Humberto afirma que Luiz Antonio Pagot deixou a cúpula do PR "em pânico, à beira de um ataque de nervos", após se desfiliar do partido. 

O jornalista lembra que o ex-diretor do DNIT,  inclusive, acusou o “dono” do PR, deputado Valdemar Costa Neto (SP), de ligações com Cachoeira, a quem atribui sua demissão do cargo. Não por acaso, Pagot passou o dia em Brasília, ontem (25).

Ainda conforme Cláudio Humberto, além de se sentir traído pelo PT, Pagot estaria se comportando como "um poço de mágoas" com o padrinho, senador Blairo Maggi (PR), sentindo-se abandonado.

Na edição de ontem, O Globo revelou que, em reunião de líderes da base com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvati (PT), na tarde de terça-feira (24), Maggi, líder do PR, alertou que o ex-diretor-geral do DNIT avisara que quer ser o primeiro a depor na CPI do Cachoeira e que quer contar tudo o que sabe sobre obras do Governo Federal.

"Pagot é um fio desencapado. Está descontrolado", disse Maggi ao jornal O Globo (leia AQUI).

Epicentro do Governo

No site da Agência Senado, o líder do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), admitiu a importância de usar os inquéritos no primeiro momento, mas cobrou ações paralelas de investigação. “Ninguém pode parar a CPI para ficar lendo relatórios, isso tem que ser tratado de forma paralela”, disse.

“Devemos ouvir de imediato o senhor Carlos Cachoeira, epicentro de toda a investigação, o dono da empresa Delta [Fernando Cavendish], epicentro da investigação na área privada, e o [ex-diretor do DNIT, Luiz Antonio] Pagot, epicentro na parte de Governo onde havia intervenção do Cachoeira”, declarou Araújo.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações entre o contraventor Carlinhos Cachoeira e agentes públicos e privados foi instalada na manhã de quarta-feira e aprovou requerimentos solicitando os inquéritos das operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, ao Supremo Tribunal Federal, à Procuradoria Geral da República e à PF.

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