Efeitos colaterais do Avandia provocam polêmica desde 2007
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vai decidir na próxima segunda-feira (27) que atitudes tomar em relação ao remédio Avandia, usado para o tratamento de diabetes e que enfrenta restrições nos Estados Unidos e foi banido da Europa. Há suspeitas de que o produto provoque problemas cardiovasculares.
Nesta sexta-feira (24) deve ficar pronto um parecer da área técnica da agência sobre o assunto. Na segunda-feira, o conselho de diretores do órgão deve tomar uma decisão final sobre o remédio, que já foi o remédio mais vendido para o tratamento do tipo 2 da doença no mundo.
O FDA (agência de controle de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos) decidiu restringir fortemente o uso do remédio. O medicamento só estará disponível para novos pacientes com diabetes tipo 2, se eles não conseguirem controlar os níveis de glicose com outros métodos.
Enquanto isso, o EMEA (agência europeia de medicamentos) foi mais duro e informou que o produto não estará mais disponível na região – o órgão diz que o Avandia “deixará de estar disponível na Europa nos próximos meses”.
Estudos divulgados em junho deste ano confirmaram que o produto, fabricado pelo laboratório britânico GlaxoSmithKline (GSK), aumenta o risco de problemas cardiovasculares. As chances do problema aumentam de 28% a 39%.
Os efeitos colaterais do Avandia são alvo de controvérsia desde a publicação, em 2007, de estudos que mostravam o aumento do risco de ataque cardíaco e derrame cerebral quando o medicamento era tomado.
As análises mais recentes mostraram que o remédio do laboratório britânico tem mais efeitos perigosos que seu principal concorrente, o Actos, do laboratório japonês Taketa.
Em nota, a GSK diz que “continua acreditando que Avandia é um tratamento importante para pacientes com diabetes do tipo 2 e está trabalhando junto ao FDA e a EMA para implementar as ações requeridas”.
– A empresa trabalhará ainda com as demais agências para se adequar a quaisquer decisões.