Deputado federal Carlos Bezerra foi o primeiro a cogitar a implantação do VLT, na época chamado de "metrô de superfície"
Os primeiros esboços do polêmico e futurista VLT são mais antigos do que se imagina. O primeiro projeto foi feito há 23 anos durante o governo do cacique do PMDB, Carlos Bezerra (1987 a 1990), pelo arquiteto Mário Bocara. Curiosamente ele também é o responsável pelo remodelamento da proposta, defendida arduamente pelo governador Silval Barbosa (PMDB), pelo presidente da Assembleia José Riva e pelo secretário da Copa Eder Moraes.
Conforme Bocara, Bezerra sonhava construir um metrô de superfície na Capital, mas o projeto nunca saiu do papel, provavelmente devido à baixa quantidade de habitantes. Até hoje, inclusive, se discute se o fluxo de passageiros é capaz de suprir os investimentos que serão feitos.
De todo modo, empolgado com a Copa de 2014 e orientado pelo presidente de seu partido, Silval resolveu chamar Mário Bocara para retomar o projeto, mas agora com uma roupagem mais moderna. O empecílio maior tem sido a viabilização de recursos, já que o modal custará R$ 1,1 bilhão. Recentemente, a Assembleia aprovou o projeto que permite ao Estado contrair empréstimo de R$ 740 milhões para sistema ferroviário.
O valor deve ser somado aos R$ 450 milhões que já haviam sido liberados pela Caixa Econômica Federal (CEF) para a implantação do Bus Rapid Transit (BRT), mas resta saber se há tempo hábil para a execução das obras. Até agora, conforme o arquiteto, 2 grupos já vieram ao Estado com o objetivo de construir o modal, um de Israel e outro da Coreia do Sul.