O Brasil é o maior mercado consumidor de crack do mundo, de acordo com o Lenad (Segundo Levantamento Nacional de Álcool l e Drogas) realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e pelo Inpad (Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas). O estudo foi realizado com 4.607 pessoas, a partir dos 14 anos em 149 cidades do Brasil.
De acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (5), a cerca de 2 milhões de brasileiros já usaram crack/merla e oxi (pasta base) pelo menos uma vez na vida, sendo que 1,4% desse número são pessoas adultas e 1% são jovens. Ainda segundo o levantamento, 1 milhão de pessoas usaram este tipo de droga no último ano, sendo um em cada cem adultos. Vale lembrar que o crack é a cocaína feita para ser fumado.
Além dos dados do crack, a pesquisa da Unifesp apresentou dados do uso da cocaína em pó, que é usada via nasal ou , quando dissolvida em água, pode ser injetada diretamente no sangue. Neste forma, pouco mais de 5 milhões de pessoas já experimentaram a droga durante a vida, sendo que 4% são adultos e 2% adolescentes. Já em 2011, 2,5 milhões de pessoas usaram cocaína em pó.
O Brasil só perde para os Estados Unidos que, no último ano, registrou cerca de 4 milhões de usuários. Segundo o estudo, 15% da população americana usou a droga durante a vida e 2% só no ano passado.
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Para o médico psiquiatra e professor-titular da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, Ronaldo Laranjeiras, os dados são alarmantes.
— Nós temos 20% do consumo mundial de cocaína. Somos o primeiro do mundo no uso de crack. Nós não fizemos a lição de casa e nosso consumo aumentou muitos nos últimos 15 anos. Não há solução fácil para isso.
Para Laranjeiras, o foco não é apenas o tratamento, e sim políticas públicas efetivas.
— Essa questão não se resolve com a canetada do governo. É preciso diminuir a oferta e desmontar a rede de tráfico. Vamos demorar muitos anos para desmontar essa operação. Além disso, precisamos cuidar dos usuários. Hoje, não há recursos para tratar 3 milhões de pessoas.
O levantamento ainda mostra que 27% dos usuários usam a droga todos os dias ou mais de duas vezes por semana no último ano. Ainda segundo os dados da Unifesp, 78% disseram