Greve reduz flagrantes e apreensão de drogas em MT

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A greve da Polícia Federal em Mato Grosso continua refletindo no comprometimento dos serviços prestados à população pelos agentes, escrivães e papiloscopistas da instituição. Na próxima sexta-feira (7), a greve completa 30 dias.

De acordo com informações da assessoria da PF, desde o início da greve, deflagrada em 7 de agosto deste ano, o número apreensões de entorpecentes no Estado caiu drasticamente, se comparado com o mesmo período do ano passado.

Em 2011, entre 7 de agosto e 5 de setembro, foram realizados 17 flagrantes, que resultaram na apreensão de mais de 578 kg de drogas, entre cocaína (79,3 kg), maconha (180,8 kg) e pasta-base (318,3 kg).

Neste mesmo período, ,este ano, apenas sete flagrantes foram feitos pela PF, resultando na apreensão de pouco mais de 77,5 kg de cocaína.

Próximos passos


Os servidores já aprovaram, em videoconferência realizada na terça-feira (4), um calendário de mobilização que vai até dezembro de 2012.

Segundo informações da Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), no dia 7 de setembro, quando é comemorado o Dia da Independência do Brasil, manifestações nacionais da categoria devemchamar a atenção da sociedade.

Sem acordo

Os grevistas da PF não aceitaram a proposta feita pelo Governo Federal, que encerrou as negociações na última semana e, por isso, a paralisação das atividades continua por tempo indeterminado.

Sem proposta de reestruturação de carreira e de posse de uma liminar que impede o corte de ponto, cerca de 50 policiais federais irão seguir até o Hemocentro de Cuiabá, em protesto, nesta quarta-feira (5), para doar sangue.

Serviços comprometidos


Além das ações de combate ao tráfico de drogas, também estão comprometidos os serviços de emissão de novos passaportes e a fiscalização da fronteira do Estado.

Os agentes garantem que manterão os serviços essenciais em funcionamento, como, por exemplo, a emissão de passaportes já agendados previamente, a fim de não prejudicar tanto a população.

As investigações em curso no órgão também foram interrompidas, com os serviços se limitando à guarda de presos e plantões nas delegacias.

Reivindicações

A falta de efetivo, uma das reclamações feitas pela categoria em todo o país, e é uma realidade em todo o Estado, que tem sua fronteira desprotegida.

Os grevistas também pedem por melhores condições de trabalho, reestruturação de carreira e aumento salarial. Com o pedido feito pelos agentes, o piso salarial passaria dos atuais R$ 7,7 mil para R$ 12 mil, a partir do próximo ano.

A saída do diretor-geral da PF, delegado Leandro Daiello Coimbra, também está na lista de reivindicações apresentada pela Fenapef à União.

Adesão


De acordo com informações da Federação, aproximadamente 70% da corporação aderiram ao movimento de paralisação, e apenas 30% do efetivo foi mantido para atender a casos emergenciais.

De um total de nove mil servidores, entre agentes federais, escrivães e papiloscopistas, cerca de seis mil cruzaram os braços.

Um levantamento feito pela Federação apontou que essa greve já é considerada a maior realizada pela Polícia Federal, com adesão de integrantes da corporação nos 26 estados e no Distrito Federal.

Em Mato Grosso, o início da greve foi marcado pela ocupação do prédio da Superintendência em Cuiabá, na Avenida do CPA, onde os agentes continuam mobilizados. Nas delegacias do interior, houve protestos e paralisação dos serviços.

Na quarta-feira (8), os delegados da PF em Mato Grosso também paralisaram as atividades, por 24 horas, em apoio ao movimento grevista, mas retomaram os serviços.

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