O deputado federal Wellington Fagundes (PR) desistiu, publicamente, de assumir a Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa do Pantanal). o governador Silval Barbosa (PMDB) já havia sinalizado ao PR, também na semana passada, que não iria nomear o parlamentar no cargo – considerado o mais importante no contexto da gestão estadual.
Contra ele pesavam as declarações dadas por Luiz Antônio Pagot, ex-Dnit, à Revista Época, no dia 19 do mês passado. Pagot disse que Fagundes fez pressão em favor da Construtora Delta quando dirigia o órgão. A empreiteira está no “olho do furacão” por conta dos supostos esquemas com o contraventor Carlinhos Cachoeira. Além disso, Silval não quer que o cargo seja usado como plataforma eleitoral para 2014.
Na manhã desta segunda-feira (07), Silval recebeu Fagundes no Palácio Paiaguás para tratar do assunto. Durante o encontro, ambos combinaram uma “saída honrosa”: ao final da reunião, o deputado falaria para a imprensa que foi novamente convidado, mas que decidira recuar em função de “fatores contextuais”.
Dito e feito. “Hoje eu tive uma reunião com Silval, ele me reiterou o convite. Mas entendemos que é importante definir essa reforma (administrativa). Não pode ser só a Secopa. Temos todos os cargos que hoje estão a cargo do PR, e queremos discutir isso com o governador, se possível com os outros partidos. Hoje a Copa é um evento extremamente importante para Mato Grosso, mas o interior tem se queixado porque os investimentos estão ficando mais na capital”, disse, após participar de outra reunião com o PR.
Wellington disse também que a sigla julgou mais prudente deixar a Secopa a cargo de um técnico, no caso Maurício Guimarães, atual titular da pasta, ou Arnaldo Alves, que hoje comanda a Secretaria de Transportes.
“Está praticamente tudo organizado para a Copa. A única licitação importante que falta é o VLT, que estará acontecendo agora, e por isso não achamos oportuno estar assumindo agora, nesse momento. Entendemos que esse momento é muito técnico, que o corpo técnico da Secopa tem condições de conduzir esse processo, até a licitação e sua homologação”, disse Fagundes.
Suplência
O parlamentar reforçou o nome de Guimarães na secretaria. “Ele é um técnico que cumpre o seu papel e tem nosso respaldo nesse momento. Nesse momento, nós entendemos que é importante ele ficar. O governador reiterou o convite à minha pessoa, e nós entendemos que não é o momento, nós temos que concluir essas licitações. Mas o PR entende que o espaço é seu, e assim nós vamos conversar com o governador. E se ele entender que deve ser uma conversa com os outros partidos, assim o faremos”, disse.
O deputado também disse que uma questão partidária o teria impedido de “aceitar” o cargo.
“Eu sou deputado federal e a minha ida para a Secopa significa que alguém do PT assumiria minha vaga. Isso tem que ser conversado com o PR em nível nacional. E eu conversei. O partido entende que esse não seria o momento de perder um deputado federal”, afirmou.
Apesar de ter sido descartado por Silval Barbosa, Fagundes sinalizou que poderá ainda assumir a secretaria. “Agora tem a licitação do VLT. Qualquer candidato que assumisse, poderia especular que ele estava indo só para cuidar da licitação do VLT, que é a obra mais polêmica. Então, nada melhor que isso ser feito por um técnico, com calma. Depois, a parte política, de organização do evento, poderá ser conduzida posteriormente”, afirmou. (RM)
