No passado, era comum ver pilotos mais velhos se sobressaindo na Fórmula 1. O argentino Juan Manuel Fangio, por exemplo, chegou a ser campeão aos 46 anos. No Grande Prêmio de Abu Dhabi, que será disputado neste domingo (14) e tem treino classificatório marcado para as 11h deste sábado (13), o australiano Mark Webber, da Red Bull, será um candidato a ícone de um dos poucos esportes que permitem competitividade da experiência contra a juventude.
Webber, de 34 anos, tentará ser o primeiro “trintão” a conquistar seu primeiro título do Mundial de pilotos desde Mika Hakkinen, em 1998, que foi campeão pouco após completar 30 anos. O último mais velho do que o australiano a faturar o título inicial foi Damon Hill, em 1996, aos 36 anos.
Desde então, a Fórmula 1 passou por duas fases: a dominância de Michael Schumacher e a era dos garotos. Em 2005, Fernando Alonso foi campeão pouco após os 24 anos, repetindo o feito no ano seguinte. Depois, foi a vez do finlandês Kimi Raikkonen, aos 28 anos. Em 2008, o inglês Lewis Hamilton se tornou o campeão mais jovem da história da F-1, aos 23 anos, nove meses e 12 dias.
A declaração de Rubinho Barrichello, torcendo por Webber pelo fato de o australiano ser o mais velho na disputa neste ano, ilustra bem o sentimento dos experientes da Fórmula 1 atual, que travam uma dura batalha com os jovens talentos.
Mas Webber tem concorrentes duros. Alonso, da Ferrari, lidera o campeonato, com 246 pontos, oito a mais do que o australiano e 15 à frente de Sebastian Vettel, também da Red Bull e que tenta tomar o posto de Hamilton como o mais jovem campeão. Se ele faturar o Mundial, conseguirá o feito aos 23 anos, quatro meses e 11 dias. Para completar, ainda há a incômoda presença do inglês na disputa.
Hamilton, inclusive, foi o mais rápido dos treinos desta sexta-feira (12), em Abu Dhabi, seguido por Vettel, Alonso e Webber. A Red Bull normalmente é favorita em condições de pista seca, mas como Lewis foi bem nas primeiras sessões, pode incomodar.
Alonso, por sua vez, precisa apenas chegar em segundo para conquistar o título. A situação, contudo, não é fácil. O brasileiro Felipe Massa, seu companheiro de equipe, não tem se mostrado rápido o suficiente para ajudá-lo, como Vettel pode fazer. Se Webber cravar a pole, ficará perto de lavar a alma de muitos pilotos esquecidos na categoria e que já não tinham esperança de obter títulos, assim como fez Jenson Button em 2009.