Vereador preso após denunciar delegado pedirá anulação do boletim de ocorrência

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Os advogados do vereador e apresentador de TV, Adeilson Correa da Silva (PTB) vão pedir a anulação do boletim de ocorrência confeccionado pela Polícia Civil no município de São José do Rio Claro (315 Km a médio-norte de Cuiabá) onde ele foi preso a mando do delegado Henrique Hoffman Monteiro de Castro após ter exibido em seu programa jornalístico uma matéria denunciando o uso de uma viatura oficial da Polícia pelo delegado que utiliza o carro, um pálio de cor prata, placa OBI 7910, para ir até uma universidade particular e lecionar aulas. Após a publicação da matéria, o apresentador foi acusado de calunia e difamação qualificada supostamente praticada contra o delegado que foi até a sede da TV Rio Claro, acompanhado de 2 investigadores e prendeu Silva.

As imagens exibidas mostram o carro no pátio da universidade e o próprio delegado confirmou ao Gazeta Digital que utilizou o veículo para parar na instituição, que segundo, ele era caminho quando retornava da cidade de Diamantino, onde também desempenhava funções policiais e que portanto, não estaria usando o veículo policial exclusivamente para ir até a Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas (Uned – União de Ensino Superior de Diamantino) onde leciona aulas de Direitos Humanos todas as sextas-feiras. Mesmo assim, Hoffman acusou o vereador e apresentador de crimes de calúnia e difamação.

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Viatura policial usada por delegado para ir até faculdade lecionar aulas

A defesa de Adeilson contesta ressalta ainda que tais crimes não cabem prisão em flagrante por serem considerados de menor potencial ofensivo e em caso de futuras condenações as penas não resultam em prisão. São 4 advogados que atuam na defesa do apresentador: Leina Maria Lemes da Silva, Marcelo Martins Leandro Rosada, Diego Gasques e Antônio Marcos Lopes. Os juristas prometem ainda formalizar queixa formal contra o delegado junto à Polícia Civil e registrar um boletim de ocorrência contra ele por abuso de “poder”. Sustentam que o “delegado Henrique Hoffman invadiu a sede da TV sem ter qualquer mandado de prisão em mãos e sem a existência de qualquer crime que necessitasse de prisão em flagrante”. “Eu estava no meu local de trabalho e fui constrangido ao ser preso arbitrariamente”, sustenta Adeilson que é apresentador do jornalístico Cadeia Neles.

Depois ficar a tarde inteira na delegacia e a metade da noite, o apresentador precisou pagar fiança de 2 salários mínimos e foi liberado por volta das 21h30 desta segunda-feira (08). Ele e seus advogados afirmam categoricamente que a prisão foi arbitrária. “Já que o delegado se dizia vítima, não poderia expedir ordem de prisão, ele teria que acionar outro delegado para realizar todos os trâmites, inclusive para decretar a prisão. Ao GD, o delegado Hoffman confirmou que foi até a sede da TV com 2 investigadores e “acompanhou a situação até o apresentador ser levado para delegacia”. Mas foi ele que mandou prender. Disse que somente depois disso é que relatou o fato ao delegado regional de Diamantino, Sérgio Paulo de Oliveira, que confeccionou o boletim de ocorrência e arbitrou fiança.

O vereador e apresentador explica ainda que pediu a suspensão judicial do delegado Henrique Hoffan para que ele não conduza qualquer inquérito policial contra ele. Garante ainda que o pedido foi atendido pelo delegado regional Sérgio Paulo de Oliveira que deverá investigar ou convocar outro delegado para investigar qualquer acusação contra Adeilson.

Reprodução
Delegado Henrique Hoffman confirmou ao GD que usou viatura, mas não foi segundo ele, “exclusivamente” para ir até a  faculdade

Vale lembrar que as desavenças entre o apresentador e o delegado Hoffman já existe há um certo tempo. São várias acusações que um tece contra o outro. Contudo, o Gazeta Digital não entrará no mérito das trocas de acusações, pois está noticiando apenas o fato da prisão oficializado por meio de boletim de ocorrência e o andamento do caso.

Outro lado:

A Polícia Civil foi procurada para saber quais providências serão tomadas pela Corregedoria, uma vez que a defesa do apresentador sustenta que a prisão foi arbitrária e o delegado agiu com “abuso de autoridade” e por isso vai contestar as atitudes dele judicialmente, e por meio da assessoria se limitou a dizer que a Corregedoria vai apurar as denúncias contra o delegado. Mas não especificou qual ação será tomada sobre o caso, pois afirma que o vereador e apresentador é investigado em vários outros inquéritos policiais. Disse ainda que considera a prisão como “legítima”.

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