Fernanda Escouto/GD
A Justiça Federal de Mato Grosso negou o pedido de liberdade do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde (354 km ao norte da Capital), Marino Franz (PSDB), detido na operação da Polícia Federal, Terra Prometida, deflagrada na última quinta-feira (27). O Tribunal Regional Federal (TRF1) também manteve a prisão de 18 envolvidos que solicitaram habeas corpus, entre eles está o vice-prefeito de Itanhangá, Rui Schenkel (PR).
Segundo o advogado de Franz, Paulo Taques, a prisão de seu cliente é absurdamente desnecessária. “Estamos avaliando qual será o nosso próximo passo, pois a decisão foi realizada pelo juiz de plantão, mas é claro que vamos recorrer”, afirmou.
O defensor ainda ressalta que o ex-prefeito mora no mesmo lugar há 30 anos, por isso ele não concorda com a decisão feita pelo o juiz federal Pedro Francisco da Silva.
“Isso tudo porque o Marino adquiriu um imóvel em Itanhangá. Lembrando que ele comprou de uma outra empresa, a Bunge”, finalizou.
Eles são apontados como líderes do esquema que pode ter provocado um rombo de R$ 1 bilhão na legalização de áreas produtivas com participação de servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Marino era o braço financeiro da organização, fornecia insumos, defensivos e sementes para os integrantes do bando, além de participar ativamente das decisões tomadas pelos membros da organização.
Já Schenkel era conhecido como Rui Cerradão. Além de ocupar lotes no assentamento, usa de sua influência na prefeitura e com outros políticos de Mato Grosso, agindo como braço político da organização.
Conforme a Polícia Federal, a organização era estruturada para cometer crimes de invasão de terras da União, contra o meio ambiente, falsidade documental, estelionato, corrupção ativa e passiva, cujas penas podem chegar a até 12 anos de reclusão.
Foram expedidos 52 mandados de prisão preventiva, 146 mandados de busca e apreensão e 29 de medidas proibitivas, nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Nova Mutum, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Sorriso, Tapurah e Campo Verde. Há investigados também nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Diamantino.