Senador Pedro Taques e Luiz Antônio Pagot devem reforçar a fama de polêmicos durante audiência nesta 3º
A ida do diretor demissionário do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antonio Pagot, ao Senado para prestar esclarecimentos em audiência conjunta das comissão de Servido de Infraestrutura (CI) e do Meio Ambiente, Direito do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), pode resultar num grande confronto entre ele e o senador Pedro Taques. A audiência foi requerida pelos senadores Blairo Maggi (PR) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Tanto Taques quanto Pagot são conhecidos por seus temperamentos nada condizentes com a política da boa vizinhança, especialmente se os vizinhos não costumam ser muito cordiais uns com os outros. Acrescente-se aí um ingrediente especial: ambos têm personalidades muito fortes, são independentes em seus grupos e ações políticas, em suma, são dois "bicudos".
Mas a cereja do bolo nessa peleja toda é a disputa política, tanto no âmbito nacional como estadual. Embora seja de um partido aliado do governo Dilma Rousseff, o PDT, o senador Pedro Taques se movimenta no Senado como um autêntico oposicionista. Não raramente ele se alia aos senadores do DEM, PSDB, PPS e PSOL para pressionar governistas, seja em apartes ou intervenções próprias no plenário, seja com proposituras que têm o intuito de colocar os petistas contra a parede.
Assim, a sua "vítima" da vez será Pagot, nesta terça, a partir das 9 horas. Taques não esconde suas restrições ao “trator” e já deixou claro que é ferrenho opositor ao PR, PMDB, PT e demais aliados. O diretor demissionário do Dnit é um emblema desse grupo.
Por outro lado, Taques – como em outros episódios, especialmente o do ex-ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci – também não perde uma oportunidade para se carimbar como um combatente contra a corrupção. Não lhe importa a presunção da inocência, o que é mau sinal para um ex-servidor público do mundo jurídico federal. Caiu na rede para ele é peixe.
Ainda mais se o peixe for graúdo e com escamas impregnadas de um lodo suspeito como Luiz Antonio Pagot. E mais ainda se o peixe for bom de briga e não entregar os pontos facilmente. Aí sim o “pescador” Taques vai querer mesmo se lançar ao combate.
Quando às 9 horas, no Plenário 2 da Ala Nilo Coelho, do Senado, a presidente da CI, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO), e o presidente da CMA, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), abrirem a audiência, deverá ter início um dos maiores embates entre situação e oposição no Congresso Nacional como nunca visto desde os tempos do mensalão.
Nessa segunda (11), já era perceptível o alvoroço nos gabinetes, nos salões (Verde, da Câmara; e Azul, do Senado), nos corredores e nos comitês de imprensa das duas Casas. Congressistas e jornalistas estão afoitos e não veem a hora de presenciar a batalha.