O senador Pedro Taques (PDT) voltou a criticar o modelo de gestão proposto pelo secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry (PP), que pretende passar a Organizações Sociais (OS) o comando das unidades hospitalares no Estado. Para Taques, a mudança seria oportunizar a "picaretagem".
Em entrevista , o senador disse que a saúde pública no Estado está um "caos", e que apóia o Conselho Regional de Medicina (CRM) e o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) na luta contra a mudança propostas por Henry.
"Não estamos atravessando a mudança de um Governo no Estado, é uma continuidade e, portanto, não é possível culpar tanto um modelo de gestão usado pelos gestores anteriores. Além disso, o caos não será solucionado colocando a iniciativa privada para cuidar de um sistema público", afirmou Taques.
Outro ponto fundamental na discussão, conforme o parlamentar, é que a Saúde é dever do Estado, prerrogativa contida na Constituição. Segundo ele, ao passar a gestão de algo público para o privado seria também dispensar concurso público para os médicos e dar espaço para as organizações realizarem compras sem licitação.
"Criar um caos na saúde para privatizar não irá resolver os problemas. Precisamos de recursos, mas também de uma melhor gestão", destacou. Ele disse que está estudando uma melhor forma de agir e colaborar no processo de mudança de gestão.
Na semana passada, as duas entidades, e outras ligadas à área, realizaram passeata e participaram de audiência pública na Assembleia Legislativa. Para a categoria, o problema não está em mudar a forma de gerir o Sistema Único de Saúde (SUS), mas sim na forma unilateral do secretário.