Antropólogo diz que se deputado fosse conciliador conversaria com movimentos sociais
O manifestante que teria chamado o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) de racista e, por isso, foi retirado da reunião da CDH (Comissão de Direitos Humanos) diz que não vai se intimidar e estará presente para continuar os protestos na próxima sessão do colegiado, marcada para semana que vem.
O antropólogo Marcelo Régis foi detido e precisou prestar depoimento na Polícia Legislativa da Câmara, depois que Feliciano declarou que queria ver o manifestante sair da reunião preso.
Régis diz que estava muito nervoso na hora da confusão e não sabe dizer direito o que ocorreu. Mas ele garante que acompanhou os policiais “tranquilamente” e que não houve “nenhum tipo de violência”.
O manifestante também diz que não é vinculado a nenhum partido político e foi sozinho protestar porque não se sente representado por Marco Feliciano.
— Sou um cidadão brasileiro, negro, pobre e gay. Estou aqui como cidadão, não tenho filiação com nenhum partido, nem nenhum movimento social. Estou meramente como cidadão, manifestando minha indignação com essa violação dos direitos humanos.
O antropólogo diz não acredita ter cometido nenhum excesso. Ele conta que pediu para que um dos convidados da audiência pública, que estava sendo realizada na comissão, se retirasse da mesa e ajudasse os manifestantes na luta contra o racismo. Depois disso, foi retirado da sala da CDH.
Régis alega que a postura do deputado Feliciano não é de uma pessoa conciliadora. Na opinião do antropólogo, o deputado deveria buscar o diálogo com os movimentos sociais.
— Uma visão coerente seria me chamar pra conversar. Ele não se diz tão conciliador? Comunique-se com os movimentos sociais. Eu, como cidadão, ele tinha que me ouvir. Ele tem que convidar as pessoas para falarem com ele, para manifestarem suas dores e angústias.
Tentativa de invasão
Além de Régis, outro manifestante foi detido durante a tentativa de invadir o gabinete do deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Segundo a Polícia Legislativa, 100 pessoas se organizaram e estavam sendo orientadas por Alysson Rodrigues Prata a entrar à força na sala do deputado.
Durante a confusão, Alysson reclamou da abordagem e violência dos policiais e fez uma representação contra eles. O ativista disse que está com o braço ferido e vai realizar exames de corpo de delito.
A Polícia Legislativa alega que vários policiais também ficaram feridos durante a confusão e um deles registrou ocorrência, informando um corte na boca. Ele também var realizar exames no IML.