Sorrisos amarelos e clima morno marcaram anúncio

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Um dos detalhes que chamaram a atenção durante o ato da oposição, que anunciou oficialmente o ainda prefeito Wilson Santos (PSDB) como candidato ao governo, foi o clima morno. Não houve presença maciça de lideranças do DEM nem dos tucanos. Entre os deputados, apenas Guilherme Maluf estava presente, com cara de pouquíssimo entusiasmo. Não houve militância; não houve gritos de guerra; não houve música…

Pelo contrário, havia no ar, e nos rostos, um certo clima de constrangimento, não se sabe bem o porquê. No início do ato, os sorrisos eram, em sua maioria, "amarelos". Talvez porque o clima de expectativa e suspense que a oposição tentou criar em cima da situação – quem será o candidato? – não existiu. Todos os jornalistas e presentes já sabiam, há semanas, que Wilson seria o candidato.

Mesmo assim, a solenidade teve um clímax. Foi durante o discurso do agora candidato de oposição. Como de praxe, Wilson Santos começou com um discurso que descambava ora para o piegas, ora para o dramalhão. Falou do menino pobre e sofrido que foi, que trabalhou como entregador de jornal, de sua mãe costureira e seu pai humilde etc, etc, etc.

Tom da campanha

Após tal introdução, que soava desnecessária para a platéia, formada por uma maioria de jornalistas, Santos revelou muito do que pretende usar como discurso em sua campanha. Disse que tem lastro e realizações o suficiente para respaldar sua candidatura. Falou de suas promessas cumpridas como prefeito da Capital – ETA Tijucal (cumpriu mesmo?); Avenida das Torres; reajuste salarial a professores e médicos; salários em dia.

Entrando na onda do presidente Lula, usou uma metáfora futebolística para definir seu espírito leve e pra frente. "Me considero o Santos, os meninos da Vila", disse, referindo-se ao clube de futebol paulista, notório neste início de campeonato por seu jeito "moleque de jogar" com Robinho, Neymar & Cia.

Mas também atacou, dando outra amostra do que virá. "Não quero mais um governo só para os ricaços, para os bacanas e meia dúzia de amigos do governador. Quero fazer um governo que cuida das pessoas, que investe no social, que tem biografia, que tem história e que não caiu de pára-quedas", cutucou, referindo-se a Silval Barbosa (PMDB).

O tucano também fez votos de uma campanha "sem luxúria". "Já temos a garantia de ajuda do PSDB nacional. Teremos o suficiente para fazermos uma boa campanha, com um bom programa de TV, com material impresso, militância. Com o tempo, os colaboradores vão aparecendo e a coisa vai crescendo. Vamos comer muita poeira e amassar muito barro", disse.

Uso da máquina

Mostrando contundência, o pré-candidato da oposição condenou o possível "uso da máquina" pelo seu adversário Silval, que assume o governo no próximo dia 31. "Qualquer abuso será notado. O Ministério Público está bem equipado, teremos um escritório de advocacia rigoroso e ninguém melhor que a imprensa para vigiar e denunciar abusos", disse.

Santos acredita que, a partir de agora, o jogo vá se equilibrar em relação aos ataques que vem sofrendo, sobretudo através de panfletos apócrifos. "Na campanha terei condições de responder na mesma intensidade. Nos debates irei repor a verdade. Esses ataques são covardes e a população rejeita quem tem maldade no coração. Não há mais espaço para baixarias", disse.

Próximos passos

Com a definição de que será o candidato, Santos agora vai percorrer o estado e consolidar as chapas proporcionais. "Iremos também, a partir de agora, trabalhar o programa de governo", disse.

Entre os próximos passos estão as articulações para ampliar a base partidária, formada hoje por PSDB, DEM e PTB. "As conversas estão bem adiantadas com o PPS e com o PV. Mas vamos intensificar a aproximação com outras siglas", disse.

Santos também sonha com o PP do deputado Riva, espécie de fiel da balança do jogo eleitoral. "Não descartamos o PP em hipótese alguma, agora que o diálogo começa. O Jaime Campos é avalista dessa possível aliança e vamos lutar para ter o PP ao nosso lado. Na prefeitura de Cuiabá o PP tem três secretarias e temos um bom relacionamento e iremos trabalhar muito para conquistar os progressistas", ressaltou.

Tão logo terminou a solenidade, Santos mostrou que não estava falando ao vento. Ele, Jaime e toda a cúpula do encontro, assim que deixaram um dos plenários da Assembléia Legislativa, dirigiram-se para o gabinete do presidente José Riva, principal liderança do PP. A conversa durou mais de uma hora.

De qualquer forma, mesmo com o clima morno, a oposição fez sua parte e definiu seu candidato. A partir de agora, o jogo começa a ganhar corpo e as articulações se intensificarão. "Não existe vitória por antecipação. Está tudo no zero a zero", sentenciou o pré-candidato Wilson Santos. 

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