Sintep diz que ameaça de cortar ponto é intimidação e não vão ceder às pressões

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Welington Sabino/GD
Otmar de Oliveira

Presidente do Sintep afirma que nota do governo alertando sobre corte de ponto é truculenta, intimidadora e irresponsável

Irredutíveis na decisão de não cederem às pressões do governo do Estado que anunciou que cortará o ponto dos grevistas, os professores da rede estadual de ensino não vão voltar ao trabalho sem uma nova proposta. O anúncio do governo foi feito final da noite desta segunda-feira (30) por meio de um comunicado oficial.

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), o professor Henrique Lopes do Nascimento diz que “é uma nota irresponsável, truculenta, autoritária e recheada de mecanismos de intimidação aos trabalhadores”. O sindicalista rebate o governo e adianta que a categoria não vai ceder. “Não estamos cumprindo nem decisão judicial, quanto mais uma decisão irresponsável dessa, que foi tomada sem qualquer amparo legal”, enfatiza Nascimento.

Em contraponto ele diz que a decisão judicial que determina a volta de 50% dos professores ao trabalho não autoriza o governo a agir de tal forma. “A liminar não autoriza ele [governo] a fazero que está fazendo, usando informações de uma decisão judicial para nos intimidar. A desembargadora permitiu que 50% dos trabalhadores continuem em greve por considerar o movimento legítimo”, rebate o sindicalista. Pontua ainda que cabe novo recurso da decisão de desembargadora Maria Erotides Kneip Baranjak proferida na última sexta-feira (27) de setembro.

No comunicado, o governo do Estado alega que “já concedeu reajuste salarial de 49,44% para a categoria, o que significa 25,89% de ganho real”. Dia ainda que “os profissionais da Educação de Mato Grosso recebem o 4º melhor piso salarial do Brasil”. Por isso informa a Secretaria de Educação, vai garantir o direito dos profissionais da Educação que quiserem trabalhar e cortar o ponto dos que não comparecerem ao trabalho.

Na nota, o governo comunica que “esgotou suas possibilidades de negociação e cedeu tudo o que pôde” e por isso serão abertos processos administrativos contra os servidores que estão em estágio probatório com objetivo de demiti-los ao final do processo. E os contratados temporariamente que não retornarem ao trabalho terão seus contratos rescindidos.

Por outro lado, o Sintep, que continua unido e dialogando com os polos dos municípios do interior diz que somente essas intimidações não são suficientes para obrigá-los a retornarem às salas de aulas. “Já adiantamos que a greve só termina com uma nova proposta do governo”, reafirma Henrique Lopes em nome dos cerca de 90% dos servidores que estão em greve desde o dia 12 de agosto.

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