O sistema de transporte coletivo escolhido em Cuiabá para a Copa do Mundo será anunciado no prazo de 7 dias. Embora tenha pregado cautela no anúncio oficial, o governador Silval Barbosa (PMDB) dá sinais de que o VLT (Veículo Leve Sobre Trilho) é o modelo mais vantajoso.
"Nós temos um projeto para investir R$ 440 milhões no BRT (Bus Rapid Transit), mas, não sabemos o impacto financeiro para mais de 1,3 mil desapropriações que precisariam ser feitas. Ainda não tem o valor disso e tampouco sabemos a noção do tamanho da briga jurídica em torno disso", declarou Silval.
Embora não seja admitido publicamente, a cúpula do Palácio Paiaguás se mostra temerosa com a possibilidade de investir R$ 1 bilhão em pagamento de indenização aos proprietários dos imóveis situados nas principais avenidas de Cuiabá e Várzea Grande que são Prainha, Fernando Correa da Costa e FEB.
Estes locais servirão de corredor de passagem ao BRT ou VLT, o que exige ampliação lateral das pistas para facilitar o tráfego. Seão duas linhas que irão cumprir o trecho CPA/Aeroporto e Coxipó/Centro.
Por isso, estariam inclinados a escolher o VLT que exige menos esforços neste sentido, além de ser considerado ecologicamente mais correto pelos especialistas em transporte coletivo. A implantação do VLT, inclusive, é uma das bandeiras defendidas pelo presidente da Agecopa (Agência Estadual de Execução de Projetos para a Copa do Mundo), Eder Moraes.
Nos bastidores, a defesa do VLT por Eder Moraes é considerado um dos motivos primordiais que levou o presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PP), convencer a bancada de deputados a apoiá-lo para assumir a autarquia em substituição a Yênes Magalhães, atual diretor de planejamento.
Em maio, numa viagem a países da Europa para conhecer o funcionamento do VLT, o governador Silval Barbosa admitiu sua adoração pelo projeto, porém, exigiu a viabilidade comprovada em Cuiabá por meio de estudos técnicos, o que está sendo feito por uma empresa de consultoria de Portugal.
Há uma semana do anúncio oficial, Silval adiantou o que vai pesar nesta decisão final. "Se o VLT mostrar a viabilidade de que não gera tanto impacto em desapropriações, tenho certeza que será melhor ao Estado do que comprar briga jurídica e investir em desapropriações. Tudo isso vai pesar em nossa decisão", completou.
Eder Moraes defende opção pelo VLT
O presidente da Agecopa (Agência Estadual de Execução de Projetos para a Copa do Mundo), Eder Moraes, defende a escolha do VLT como melhor opção para Cuiabá.
"Vou opinar favoravelmente pela escolha do VLT, mas, a decisão final cabe ao governador Silval Barbosa. Antes de tudo, tenho que me sentir convencido pelos estudos técnicos que serão entregues no dia", afirmou.
Eder ainda elencou o que vai pesar na decisão final do Estado.
"O valor que será pago com as desapropriações, o custo da tarifa aos usuários e ser ambientalmente correto. Observando esses quesitos entendo que o VLT é uma opção perfeitamente viável em Cuiabá. Mas, ressalto que a decisão final pertence ao governador Silval Barbosa".