RAMON MONTEAGUDO
DA REDAÇÃO
"Quem estiver envolvido vai pagar". A frase foi dita há pouco pelo governador Silval Barbosa (PMDB) e reflete, segundo ele, a síntese da postura de sua gestão sobre o episódio de prática de superfaturamento na compra de caminhões e máquinas pelo programa "MT 100% Equipado".
Ele também afirmou que solicitou ao Ministério Público Federal que entre no caso. "Não podemos admitir que o Estado seja penalizado. Se tivermos que punir, iremos punir. Se houve pagamento indevido, o dinheiro será devolvido, inclusive pelas empresas que receberam a mais", afirmou Silval.
Segundo fonte do Palácio Paiaguás, o governador já teria fechado questão em demitir secretários e subordinados. O anúncio, entretanto, não deverá ser feito hoje, como havia sido cogitado pelo próprio governo. Antes de anunciar os afastamentos, Silval pretende se reunir com o ex-governador Blairo Maggi.
Pelo que foi apurado, o anúncio poderá ser feito amanhã ou na próxima segunda-feira. Silval já teria definido a demissão de Vilceu Marchetti, da Secretaria de Infra-Estrutura, junto com a cúpula da pasta. A demissão de Geraldo De Vitto, secretário de Administração, apesar de provável, ainda não teria sido decidida.
Por outro lado, o governador isentou o então secretário de Fazenda e hoje secretário-chefe da Casa Civil, Eder Moraes, de qualquer responsabilidade no episódio.
"O Eder Moraes não tem nada a ver com isso, porque a Secretaria de Fazenda correu atrás de viabilizar os recursos e o pagamento às empresas não passou pelo Estado. Os empresários que venceram a licitação, após entregar as máquinas e caminhões, receberam direto do Banco do Brasil", afirmou.
"Nada a temer"
Em entrevista à imprensa na sede da TV Cidade Verde, Silval a todo momento reiterava que não terá dificuldades em agir com pulso firme. "Estou tranquilo quanto a isso, porque quem pediu providências para se apurar o caso foi o Estado, através do ex-governador Blairo Maggi, que recebeu uma denúncia e pediu a imediata instalação de uma auditoria", afirmou.
O governador ressaltou que foi o Estado também quem pediu ao Ministério Público Estadual para investigar o caso. "Por isso, não tenho nada a temer porque estou fazendo o papel que tem que ser feito pelo chefe do Executivo. Repito: o erário público não pode sofrer prejuízos e, se houve sobrepreço, como tudo indica, os responsáveis serão penalizados e o dinheiro devolvido", afirmou.
Silval ainda negou que esteja protelando a decisão de demitir eventuais responsáveis. "Não estou protelando nada. Estou há 30 dias no governo, as providências começaram com o ex-governador Blairo, estou de posse do relatório e estou encaminhando o mesmo para o Ministério Público Federal. Eu estava viajando e hoje que volto para o meu gabinete", disse.