Silval Barbosa é intimado a depor em favor de acusados

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  • O governador Silval Barbosa (PMDB) foi intimado a depor como testemunha de defesa de cinco dos dezoito acusados pelo crime que ficou conhecido internacionalmente como "Chacina de Matupá", e que irão a júri popular a partir do dia 4 de outubro, na Comarca de Matupá. 

    Silval deve depor em favor de Luiz Alberto Donin, Elo Eidt, Mário Nicolau Schorr, Faustino da Silva Rossi e Elywd Pereira da Silva. Segundo consta do processo, a data da intimação é de 24 de julho e solicita que o governador compareça no Fórum da cidade às 8 horas do dia quatro de outubro.

    Essas pessoas são acusadas de torturar e queimar, ainda vivos três pessoas. Em 23 de novembro de 1990, Ivanir Garcia dos Santos, Arci Garcia dos Santos e Osvaldo José Bachmann sequestraram uma família em Matupá e, após se renderem, foram espancados e queimados vivos. Silval vivia em Matupá na época do ocorrido e foi intimado por conta disso. 

    Elywd, o "Lacerda" (PMDB), é vereador na cidade eleito em 2008 e está no exercício do mandato. Elo Eidt era vereador à época e inclusive, foi presidente do segundo biênio – 1991 a 1992. Eidt continua em Matupá no ramo empresarial.

    A chacina, segundo a denúncia do MPE, contou com a conivência de autoridades civis e militares. Sete policiais também devem ir a júri pelo crime, mas ainda não existe decisão formal. O crime ficou internacionalmente conhecido porque a ação foi gravada em vídeo por 56 minutos. A fita rodou o mundo chegando à Anistia Internacional, com sede em Londres, e ao Conselho Mundial das Igrejas, em Genebra.

    Entenda o caso

    Ivanir Garcia dos Santos, Arci Garcia dos Santos e Osvaldo José Bachmann, aproveitando a falta de energia em Matupá, cidade famosa por ser rica em minérios, invadiram a casa do garimpeiro Carlos Mazzoneto. Quatro crianças, a mulher de Mazzoneto e outra vizinha grávida foram tomadas como reféns e permaneceram mais de seis horas em poder dos bandidos. 

    O delegado Osvaldo Florentino (já falecido) foi chamado para negociar a rendição. Os bandidos exigiram 1 kg de ouro, 5 milhões de cruzeiros (moeda da época) e um carro para a fuga, enquanto ameaçavam os reféns. 

    A Polícia Militar interferiu e garantiu que eles sairiam dali sem ferimentos. A garantia envolvia ainda a promessa de que seriam levados para a cidade de Colíder, onde ficariam presos. A ressalva foi feita, segundo relatos colhidos na denúncia, porque a população cercava a casa e havia o temor de que eles fossem linchados. Após a rendição, houve a simulação de uma tentativa de fuga, quando os três eram levados para o aeroporto. Em seguida, um homem atirou combustível em um deles. 

    Começou então um diálogo entre vítimas e "representantes da cidade", para descobrir o mandante. Arci Garcia foi o único a responder às perguntas e acusou um policial civil de Terra Nova do Norte de ser o mentor do crime. Depois disso, forma queimados vivos. As fotos dos homens queimando foram expostas durante meses em estabelecimentos comerciais.

    Assista a seguir reportagem da TV Record sobre o caso:

 
   

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