Sem negociações, escrivães e investigadores mantêm greve

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Prestes a completar um mês, a greve dos investigadores e escrivães da Polícia Civil não tem data para terminar. Os escrivães e investigadores mantèm o movimento, apesar de a Justiça ter declarado a ilegalidade. O Governo, de seu lado, se recusa a negociar, enquanto os servidores estiverem de braços cruzados.

Ontem (27), a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) informou, por meio da assessoria de imprensa, que não irá intervir nas negociações. 

O secretário Diógenes Curado se eximiu totalmente qualquer tipo de responsabilidade sobre a paralisação dos profissionais da Polícia Civil em Mato Grosso. "Esse é um problema que deve ser resolvido entre o Sindicato dos Investigadores e Agentes Prisionais de Mato Grosso (Siagespoc) e a Secretaria de Estado de Administração (SAD)", disse a assessoria. 

Já a SAD, também por meio de assessoria, informou que não negocia com nenhuma categoria que esteja em processo de greve. Para que as negociações sejam retomadas, é necessário que os profissionais descruzem os braços e voltem ao trabalho. A secretaria solicitou que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) corte os pontos dos investigadores e escrivães que estão em greve.

Mesmo com as ameaças, o Siagespoc descarta a possibilidade de encerrar o movimento. O sindicato afirmou que irá manter a greve, mesmo depois do movimento ter sido considerado ilegal pelo Tribunal de Justiça. 

A liminar determina também a cobrança de uma multa diária no valor de R$ 20, caso a decisão não seja cumprida. O presidente do Siagespoc, Cledison Gonçalves da Silva, disse ao MidiaNews que a greve será mantida exatamente "por não ser ilegal". 

"A greve não é ilegal. Nosso setor jurídico está recorrendo da decisão e vamos continuar com o movimento da forma como está. Iremos nos reunir, mas não para discutir o fim da greve, e sim as estratégias que iremos utilizar para chamar a atenção do Estado", disse o sindicalista.

Passeata conjunta 

Como forma de protesto à proposta enviada pela SAD, sindicalizados irão realizar uma passeata, nesta quinta-feira (28), às 14h, na Avenida Getúlio Vargas, iniciando em frente ao Restaurante Getúlio Grill. Além de escrivães e investigadores, foram convidados servidores da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MT), que também cruzaram os braços em reivindicação de um plano de carreira e correção salarial. 

Foi agendada para a próxima terça-feira (2) uma nova assembléia-geral com os servidores da Polícia Civil. Além de traçar estratégias para dar continuidade ao movimento, será realizada uma reunião com Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT), Câmara de Dirigentes Lojista (CDL), políticos, empresários e outros setores organizados. A intenção é discutir os rumos no movimento grevista, que tem refletido em toda a sociedade de Mato Grosso. 

O movimento 

A greve dos investigadores e escrivães começou no dia 1º de julho e durou 13 dias. A paralisação foi suspensa na semana passada para que o Governo pudesse apresentar uma proposta de reajuste salarial.

Os únicos trabalhos mantidos em 100% são das prisões em flagrante, retirada de corpos de vias públicas e residências, bem como a transferência de presos.
A greve geral dos escrivães e investigadores tem refletido diretamente no andamentos inquéritos. Somente na Delegacia Especializada de Proteção a Pessoa, já se acumulam mais de 500 processos de investigação. 

O sindicato da categoria, o Siagespoc, avaliou a proposta enviada pela Secretaria de Estado de Administração, via e-mail, no início da noite de terça-feira (18) como "vergonhosa" e "indecente". 

Segundo a tabela enviada pela SAD, a partir de dezembro de 2011, o salário inicial seria 2.460 e, o final, para classe E, nível mais alto da carreira policial, R$ 6.231. Já a partir de maio de 2012, o inicial seria R$ 2.706 e o final, R$ 6.854. 

Em maio de 2013, os escrivães e investigadores passariam a receber R$ 2.976 e R$ 7.539. No mesmo mês do ano seguinte, 2014, os salários seriam R$ 3.274 e R$ 8.293, inicial e final, respectivamente. 

A categoria almeja um salário inicial de R$ 3.460 para já e a possibilidade de atingir o teto de R$ 10.900 até o ano que vem.

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