Silêncio sepulcral e vaias a ‘Fred errado’ marcam retorno da seleção ao Brasil pós-7 a 1

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Silêncio. 

Quem passasse do lado de fora do Allianz Parque entre 17h e 19h deste domingo mal poderia imaginar que um jogo de futebol acontecia do lado de dentro do estádio do Palmeiras. Mais ainda, que se tratava da seleção brasileira em campo. Mas era. E venceu o México por 2 a 0, em um amistoso que contou com mais de 35 mil pagantes praticamente calados nas arquibancadas.

Pois foi diante de um silêncio sepulcral durante quase todo o tempo que o time pentacampeão do mundo reencontrou os brasileiros, no que era o primeiro duelo no País após o vexame da Copa do Mundo do ano passado – o 7 a 1 contra a Alemanha e o 3 a 0 diante da Holanda ainda estão bem frescos na mente do torcedor.

E o comportamento estranho dos fãs canarinhos que foram à Arena Palmeiras teve direito até a vaias ao “Fred errado”.

Quando o alto-falante anunciou o nome do meio-campista do Shakhtar, os torcedores soltaram uma sonora vaia, pensando que se tratava do atacante do Fluminense que foi muito criticado no Mundial do ano passado. Depois, ao ver que fisicamente o jogador não se parecia em nada com o centroavante, as arquibancadas retomaram o silêncio inicial.

Desde o apito inicial, quem está acostumado a acompanhar partidas de futebol do estádio achou no mínimo curiosa a postura das arquibancadas do Allianz Parque. Mesmo se tratando da seleção brasileira, que costuma ter um público bem distinto ao que geralmente frequenta jogos de clubes locais.

Era possível ouvir instruções de treinadores, chutes na bola e pequenas manifestações isoladas, como três mexicanos atrás do gol que por vezes gritavam o nome de seu país.

O silêncio esquisito dos torcedores brasileiros foi quebrado em momentos específicos da partida. Por exemplo, aos 25 minutos, começaram as vaias à apresentação da seleção brasileira, só que um belo gol de Philippe Coutinho segundos depois fez as arquibancadas explodirem e perceberem que se tratava de um jogo de futebol. Diego Tardelli ainda fez mais um, mas nada que acordasse o povo.

Alguns gritos foram ensaiados por pequenos grupos. Cerca de dez pessoas na arquibancada superior do lado esquerdo tentaram puxar o tradicional “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”. Contudo, foram ignoradas. Já alguns palmeirenses esboçaram cânticos do time alviverde, como o “dale dale porco”, “eu canto eu sou Palmeiras até morrer” e até xingamentos ao corintiano Elias. Tudo em vão.

Pequenas manifestações também apareciam quando um lance diferente acontecia, como um chapéu de David Luiz em um mexicano. Mas a tranquilidade voltava logo. No segundo tempo, por exemplo, só houve uma reação mais empolgante quando Rafa Marques deu um carrinho em William e levou o cartão amarelo. O meia brasileiro, aliás, foi substituído e saiu aplaudido, assim como uma gandula que chamou a atenção da ala masculina.

Para se ter uma idéia de como o silêncio era espantoso, no fim do confronto um torcedor soltou um grito de “vai, Corinthians” que foi escutado no estádio inteiro. E irritou os palmeirenses, em maioria, que vaiaram.

E foi só.

A conduta das arquibancadas do Allianz Parque neste domingo provou que o baque do 7 a 1 foi mesmo duro, e a seleção de Dunga vai ter que suar para reconquistar o carinho do torcedor. Na quarta-feira, contra Honduras, em Porto Alegre, pode ser só mais um passo rumo às tão sonhadas “pazes” com o público brasileiro.

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