O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, condenou a postura do deputado federal Carlos Abicalil e da senadora Serys Slhessarenko, que estão travando uma briga interna para definir quem será o candidato ao Senado pela legenda.
A crítica partiu após o dirigente ser questionado se acreditava que o debate interno teria ultrapassado limites, diante das trocas diárias de acusações feitas pela imprensa, entre os dois experientes políticos de Mato Grosso.
"Essa troca de acusações não é benéfica a ninguém. E esse foi um dos motivos para o diretório nacional ir contra a proposta das prévias. Houve o compromisso de que ninguém baixaria o nível da campanha, o que não aconteceu. É lamentável a maneira como se procedeu o debate interno", afirmou Dutra, em entrevista exclusiva ao Midianews.
Dutra revelou que a proposta de consenso para definição da candidatura ao Senado foi apresentada a Abicalil e Serys em duas ocasiões, porém, foi rejeitada por ambos. "Tentamos construir consenso, mas não foi possível. O desgaste já foi provocado e não há outra solução que não seja as prévias", disse o presidente do PT.
Embora o jornal Folha de S. Paulo tenha divulgado hoje que será encomendada pesquisas para evitar as prévias, Dutra, estranhamente, negou o conteúdo da reportagem. "Isso não tem procedência alguma. Já estamos em cima da hora, não dá mais para consertar", observou.
O presidente nacional do PT afirmou, ainda, que não está temeroso de que o racha interno possa comprometer o projeto de montar unidade em torno da proposta de eleger a ex-ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, presidente da República. "Em relação à campanha da Dilma, não vejo problema algum. Espero que o vencedor das prévias unifique o partido em torno do nosso projeto nacional", disse Dutra.
O dirigente partidário classificou de "naturais" as sequelas que serão provocadas na militância do PT mato-grossense. "Tem um período em que vai se lamber as feridas, separar arestas, mas nada que possa prejudicar nosso projeto maior. Não acredito nisso", destacou.
Disputa interna
O PT já realizou prévias em Brasília para escolha do candidato ao Governo. O ex-ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, foi vitorioso no embate com o deputado federal Geraldo Magela e vai representar o partido na disputa pelo Executivo do Distrito Federal (DF).
Outro resultado já definido de uma escolha interna da militância ocorreu no Rio de Janeiro. O ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, saiu vitorioso no confronto com a ex-vice-governadora Benedita da Silva.
Em Minas Gerais, também haverá prévias para definição do candidato ao Governo. A disputa está polarizada entre o ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel.
Em Pernambuco, o clima é mais ameno na disputa pelo Senado. Estão no páreo o ex-prefeito de Recife, João Paulo Lima, e o ex-ministro da Saúde, Humberto Costa. Os dois já participaram de encontros com a direção nacional e acertaram um cronograma de consultas com os partidos aliados, pesquisas de intenção de votos e a chancela da ex-ministra Dilma e do presidente Lula.
