O serviço 197, da Polícia Judiciária Civil, recebeu 6.513 comunicações de crimes no ano de 2009. O 197, completa seis anos de existência em 2010, com importante papel nas investigações de crimes de homicídios, pessoas foragidas, roubos/furtos e tráfico de drogas. No ano de 2008, foram registradas 5.389 denúncias.
Para o diretor geral da Polícia Judiciária Civil, José Lindomar Costa, o disque-denúncia é uma porta de acesso do cidadão ao serviço da polícia e contribui para as ações preventivas e repressivas. "Muitas ações foram planejadas e executadas com base em denúncias da sociedade", salienta.
O disque-denúncia recebe informações de crimes e violência 24 horas, todos os dias, por meio de ligações gratuitas pelo telefone 197 para a Grande Cuiabá e (65) 3613-6997, disponível para todo o Estado de Mato Grosso. O Serviço é disponibilizado no Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) e permite a qualquer pessoa fornecer informações sobre delito e formas de violência. A ligação tem garantia absoluta de sigilo e anonimato.
Todas as informações são digitalizadas e encaminhadas à unidade policial mais próxima do fato denunciado ou para a delegacia especializada no crime. Quando há urgência, a denúncia é repassada na hora, via telefone, ao delegado responsável pela apuração do delito. "Nosso maior êxito é receber três, quatro denúncias de um mesmo crime, principalmente quando é homicídio, porque acaba reforçando", diz a chefe de operações da Polícia Civil, no Ciosp, Daise Bechamann Morel Luck.
Conforme a chefe de operações, com uma denúncia a polícia passa a trabalhar e atuar no preventivo para que o crime não se consolide, principalmente nos casos de roubo de bancos e saidinhas. A policial incentiva a população continuar denunciando e contribuindo com a Segurança Pública.
Com base em denúncias, as delegacias já conseguiram prender autores de crimes, antecipar ação de bandidos, solucionar homicídios e até localizar cadáveres. Foi com ajuda de um cidadão anônimo que os policiais do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Sul), encontraram o corpo de um rapaz desaparecido no bairro Pedra 90. O cadáver foi encontrado queimado, com a cabeça mutilada dentro de um tambor de 200 litros, num terreno baldio, do Pedra 90.
O sumiço do empresário Fábio Camilo, 37 anos, na madrugada do dia 29 de setembro, em Rondonópolis, recebeu uma importante denúncia, que levou o delegado Antonio Carlos Araújo, do Divisão de Crimes Contra a Pessoa (DCCP), do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), do município, a descobrir pelas imagens do circuito de segurança da rodoviária de Rondonópolis, que ele havia tomado um ônibus com destino a Cuiabá. O denunciante reconheceu o empresário na rodoviária e quando chegou na Capital ligou para o 197 e passou as informações confirmadas depois.
A delegada do Cisc Verdão, Ana Cristina Feldner, que presidiu as investigações da morte do vendedor Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz, também afirma que as denúncias recebidas na época do crime contribuíram para reforçar a linha de investigação da polícia.
Conforme Feldner, uma denúncia economiza tempo e trabalho de pelo menos dez policiais, pois revela detalhes obscuros ainda na investigação. Dentro dos Ciscs, a demanda de ocorrências é grande em comparação com o efetivo. Por conta disso, acaba exercendo significativo papel na resolução de crimes. "Auxilia faz com que a gente chegue mais rápido a detalhes do crime e a tomar conhecimento de outros", salienta.
Em Cuiabá e Várzea Grande, as maiores demandas do 197 são o tráfico de drogas (2.496 denúncias), o uso de drogas (1.219), roubo e furto (755), homicídio (374), porte ilegal de arma (298), receptação (238), pessoas foragidas (198). Em relação ao entorpecente, as informações alimentam um banco de dados, gerenciado pelo núcleo de inteligência da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE). A partir das denúncias a DRE realizou um mapeamento das zonas quentes do tráfico na Capital e em cima desse zoneamento desenvolve investigações e já realizou operações e flagrantes.