Depois de 1 ano e 10 dias do pedido de Recuperação Judicial do frigorifico Arantes, 66% dos credores aceitaram a proposta apresentada pela empresa. A decisão aconteceu na quarta tentativa de acordo durante a assembleia geral dos credores realizada hoje (19), no Ipê Park Hotel, na Rodovia Washington Luis, São José do Rio Preto – SP – Km 428. A Associação dos Criadores de Mato Grosso comemorou a mudança do texto apresentado pelo frigorifico Arantes, que vinculava o pagamento dos credores com "moeda podre".
O texto anterior atrelava o pagamento dos pecuaristas à venda de seus imóveis. A preocupação da Acrimat era com a falta de liquidez do patrimônio do Arantes e pelas muitas disputas judiciais. A diretoria da Associação não admitia que os pecuaristas recebessem uma dívida de R$ 20 milhões, depois de mais de um ano de espera, “com uma moeda podre”.
Para o presidente da comissão de credores dos frigoríficos de Mato Grosso e representante da Acrimat, Marcos da Rosa, o resultado foi bom, “principalmente quando analisamos as propostas feitas aos demais fornecedores”. Os pecuaristas aprovaram o pagamento da dívida de R$ 20 milhões em até 12 meses, a partir da aprovação do plano, em dinheiro, preferencialmente com a venda dos imóveis; e correção monetária pelo CDI, desde o pedido homologado da Recuperação Judicial (09 de janeiro de 2009).
“Conseguimos quase tudo que reivindicamos. Pedimos que a dívida fosse paga em 90 dias e ficamos com 12 meses e a nossa grande preocupação, que era o pagamento da dívida atrelada ao pagamento dos pecuaristas, conseguimos eliminar e vamos receber dinheiro e não imóveis sem liquidez”, comentou Marcos da Rosa. Ele explica ainda que o baixo índice de aprovação (66%) “foi dos demais fornecedores que vão receber daqui dois anos, sem juros e correção monetária”.
Em Mato Grosso a dívida do Arantes chega a R$ 13 milhões com pecuaristas, e com os produtores de Cachoeira Alta (GO), Imperatriz (MA) e Unaí (MG), o montante é de R$ 7 milhões. A dívida do frigorifico com demais fornecedores é de mais de R$ 30 milhões e com os trabalhadores cerca de R$ 10 milhões. A maior fatia, no entanto, é junto a 22 instituições bancárias com R$ 1,1 bilhão.
O Grupo Arantes entrou com pedido de recuperação na data de 9 de janeiro de 2009, perante o Juízo da Vara Única da Comarca de Nova Monte Verde, em Mato Grosso. O Juízo de Nova Monte Verde deferiu o pedido no dia 12 de janeiro. O processo saiu da Comarca de Mato Grosso e no dia 6 de março foi protocolado em São José do Rio Preto (SP) e no dia 16, do mesmo mês, o processo foi encaminhado para São Paulo (SP) retornado para a 8ª Vara Cível de São José do Rio Preto no dia 18 de junho.