SAÚDE EM COLAPSO 4 hospitais de Cuiabá ameaçam entrar em greve

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Os 4 hospitais filantrópicos de Cuiabá vão fazer uma paralisação de 24 horas na próxima quinta-feira (10). Devido ao atraso nos pagamentos pela secretaria Municipal e Estadual de Saúde.

A pauta das reivindicações dos hospitais é que haja uma política publica hospitalar respeitando o atendimento de cada instituição, a revisão das tabelas dos honorários médicos, procedimentos, a revisão das contratualizações e o déficit financeiro dos hospitais filantrópicos.

De acordo com a presidente da Federação de Hospitais Filantrópicos, Elizabeth Meurer, os hospitais não tem mais condições de manter os serviços realizados, porque os repasses dos pagamentos não contemplam todas as instituições.

“Precisamos mostrar para o Município e o Estado que o não pagamento destes repasses tem provocado um grande déficit financeiros nos hospitais. Além disso, a remuneração da tabela do SUS está defasada há 15 anos e tem provocado o fechamentos de alguns hospitais filantrópicos no país inteiro”.

Meurer explica que, de cada R$ 100 que o hospital gasta com um atendimento, a unidade recebe aproximadamente R$ 60. “Por mês, isso gera uma dívida de R$ 2 milhões entre os 4 hospitais. As secretarias de Saúde Municipal e Estadual estão devendo mais de R$ 8 milhões para estes hospitais”.

A presidente informou que se os gestores de Cuiabá e de Mato Grosso não fizer nada, a probabilidade é que no dia 14 de março os hospitais filantrópicos vão entrar de greve.

“Vamos atender apenas os serviços de urgência e emergência. Realizaremos atendimentos amparados pela lei, nada aqui está sendo feito às escondidas, pelo contrário. Faz tempo que estamos relatando este problema para os gestores da pasta da Saúde e eles não fazem nada. Cuiabá está um caos e eles estão completamente cientes.

Em uma situação considerada ainda mais delicada está o Hospital Geral Universitário (HGU) que desde janeiro de 2015 não recebe o repasse da Secretaria Estadual de Saúde, referente as cirurgias cardíacas abertas (Toracotomia é o termo usado quando há necessidade de se abrir o tórax do paciente).

Segundo a presidente do HGU, Flávia Silvestre, a SES deve cerca de R$ 1 milhão pelos serviços realizados entre janeiro de 2015 a fevereiro deste ano. “Com todas as dificuldades, o hospital não deixou de realizar as cirurgias, porque ele é refência em Mato Grosso e são feitas cerca de 16 cirurgias mensais. Não temos mais condições de continuar com este serviço, porque os nossos fornecedores não querem mais vender os materiais sem o pagamento”, lamenta.

Já o diretor do Hospital de Câncer, Laudemir Moreira Nogueira, explica que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) já recebeu os repasses do Fundo Nacional de Saúde e até hoje não fez os pagamentos dos serviços contratados pelo município.

“A Prefeitura de Cuiabá já está com o dinheiro na conta desde 12 de fevereiro, dos serviços de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar e, está tentando enganar não só os hospitais, como também a população. Quem é responsável por gerir a conta na qual os repasses são depositados é o secretário de Saúde, que consequentemente está mentindo ao afirmar que não existe este depósito. Qualquer cidadão pode acessar o site do Fundo Nacional de Saúde e ver a data quando o repasse foi realizado”.

Laudemir afirma que o último pagamento feito pela prefeitura foi no dia 20 de dezembro de 2015.”Não temos como continuar mantendo os hospitais nestas condições, porque precisamos dar um atendimento digno a população. E não podemos mais fazer empréstimos bancários para manter os hospitais”, desabafou.

O diretor do Hospital Santa Helena, Marcelo Sandrin, disse que o hospital não tem condições de manter os profissionais com a tabela do SUS e com o repasse atrasado pelas secretarias Municipais e Estaduais fica pior ainda para todas as unidades filantrópicas. “Eu não posso autorizar a entrada de mais nenhum paciente no nosso hospital se não der assistência a eles, porque se a pessoa morrer lá dentro a culpa é do hospital e não da prefeitura”.

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