‘Só tem Lula em 2018 se governo der certo’, diz líder

Data:

Compartilhar:

Às vésperas do 5º congresso do PT, caciques do partido passaram a fazer coro com a presidente Dilma Rousseff e saíram em defesa do ajuste fiscal promovido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, amplamente criticado por grupos petistas. Em entrevista ao Estado, o vice-presidente nacional do PT e líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), também defendeu o ministro e disse ser impossível dissociá-lo da presidente. “É uma imbecilidade separar o Levy do governo e o governo do Levy ou da Dilma. Não tem Dilma sem Levy”, afirmou o petista, que pretende levar ao encontro do partido, no final desta semana, discurso de apoio aos cortes promovidos por Levy. 

Para Guimarães, equilibrar a economia é essencial para garantir as eleições de 2016 e 2018. O líder reconheceu erros do PT, defendeu que o partido adote uma plataforma “mais à esquerda” e protagonize debates polêmicos para o governo como a taxação de grandes fortunas. “O Estado brasileiro financiou todas as políticas sociais dos últimos 12 anos. Agora esgotou, não temos como prosseguir. O cobertor acabou”.

ctv-pnu-guimaraesentrevistaandre: O deputado e vice-presidente do PT José Guimarães (SP)© Fornecido por Estadão O deputado e vice-presidente do PT José Guimarães (SP)

Estado – Na pior crise da história dos 35 anos do PT, que partido sairá deste 5º congresso: mais governista ou mais independente do governo Dilma?

Penso que esse congresso tem de dar conta dos grandes desafios que temos de superar. É verdade que o PT vive o pior momento de sua história. A direita e setores conservadores conseguiram consolidar um grande desgaste da imagem do PT perante a sociedade. O PT falhou. Foi ineficiente e incompetente neste enfrentamento. Nos pegaram com calças curtas. Não dá para comparar com o Mensalão, não tem nada a ver. Tem um corolário de questões, são 12 anos de governo e quem governa tem desgaste. Tem algumas contradições entre o programa executado pelo governo e o programa partidário. O partido se afastou em demasia de sua base original, mas não se trata em voltar às origens. Tem de recuperar nossa base social histórica, atualizando o programa. Todos os partidos de esquerda que governaram no mundo, no meio do caminho, eles fracassaram. O PT tem tudo para não fracassar, desde que saiba superar este momento. Nós nos burocratizamos em demasia, adotamos na vida interna do PT, muitas vezes, as velhas práticas dos demais partidos, sem relação democrática com os diretórios municipais e o financiamento privado nas campanhas. O PT nasceu para ser diferente, não nasceu para ser igual aos outros. A sociedade aceita todas as patifarias que os outros fizeram, mas não aceita a do PT. Esse é a verdadeira crise que o PT está vivendo. Minha preocupação no momento não é com o governo, é com o PT. Já já o governo sai desse momento difícil. Governos passam e o PT fica. Temos de desburocratizar o PT, adotar mecanismos de controle interno, adotar auditoria interna para evitar malfeitos. Não vou identificar um ou outro, mas é o conjunto da obra. Ou adotamos mecanismos de incorporar a juventude nas nossas ações ou não tem saída. O PT envelheceu e temos de ter os jovens dentro do PT. Não é que o PT vai acabar, ninguém acaba o PT. Mas nós não podemos ser um partido qualquer. Quero um partido mudado, mas sem mudar de lado. 

Estado – A presidente Dilma disse que as críticas a Levy são injustas e que ele não pode ser tratado como “judas”. Como controlar o movimento “Fora Levy”?

Não estou preocupado se vão vaiar o Levy. Coitado do Levy. Não existe Levy sem Dilma e Dilma sem Levy. O Congresso do PT não tem que estar preocupado com isso, tem que estar preocupado com o partido. Mas não temos como controlar o PT, o PT é assim. Em 2002, na aliança com José Alencar, vi muitos gritando fora Alencar. Temos de entender isso como insatisfações momentâneas. Não podemos perder o prumo. É uma imbecilidade separar o Levy do governo e o governo do Levy ou da Dilma. Não tem Dilma sem Levy. O ajuste é necessário não como fim em si mesmo. É o início de um fim. E qual é o fim? O crescimento. Temos de discutir o governo, mas personificar pessoas no governo não é o correto. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Notícias relacionadas

PC ALERTA SOBRE GOLPE EM ANUNCIO DE VENDA DE CARROS PELA INTERNET

https://www.youtube.com/watch?v=_rCSh1yO0Ug

PRAZO PARA REGULARIZAÇÃO DO TÍTULO ELEITORAL E ATÉ DIA 08 DE MAIO.

Veja a reportagem completa em vídeo, entrevista com o coordenador do cartório eleitoral em Colíder. https://www.youtube.com/watch?v=4dAKqynzOuo