Riva critica investigação e tenta recuperar aeronave

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Priscilla Silva, repórter do GD


Durante a recepção do piloto Evandro Rodrigues de Abreu e o co-piloto Rodrigo Frais Agnelli no início da tarde desta quinta-feira (30), o deputado José Geraldo Riva (PSD) criticou as investigações das polícias e afirmou que vai ‘lutar’ para recuperar a aeronave. O avião do modelo King Air, modelo C90GTI, de 2006, prefixo ATY, foi roubado há 40 dias no município de Pontes e Lacerda (448 km a oeste de Cuiabá) juntamente com a tripulação. “Nós vamos lutar para recuperar. Logicamente que ainda tem uma possibilidade”.

Os pilotos foram liberados pelos sequestradores na última segunda-feira (28) e a partir de terça-feira (29) os dois iniciaram uma caminha de volta para casa. Segundo relatos das vítimas, a aeronave encontra-se na Bolívia, próximo a cidade de Santa Rosa.  “Mandei comunicar a Interpol que o avião está naquele local, próximo de Santa Rosa, onde há muitas fazendas de traficantes e que há descidas de muitos aviões pequenos”, afirma Riva. 

Para o parlamentar, as investigações das policias brasileiras em parceria com a boliviana foram ineficientes. “Não surtiu resultado. Nós apenas constatamos que o serviço da policia brasileira e boliviana civil e federal não foram eficientes, mas também não dá para condená-los pela dificuldade de investigar em outro território”.

Após conversar com o piloto da aeronave, Evandro de Abreu, José Riva acredita em um possível resgate da aeronave. O avião teria sido modificado, mas é possível que permaneça na localidade de onde os pilotos foram liberados.  “Porque durante o roubo o avião voou 3h30 e ele já tinha voado cerca de 40 minutos de Cáceres a Pontes e Lacerda. A autonomia dele é de apenas 4h30 então ele não tem mais combustível para sair de lá. Não soube do Evandro se no local tem combustível, se não tiver vão ter que levar para abastecer”.

Riva foi acordado por volta de uma hora desta quinta-feira (30) por um telefonema do piloto Evandro de Abreu dando a notícia de que estava bem e em território brasileiro.

Desde que a aeronave foi roubada, os pilotos relatam que fizeram apenas três voos; um de Pontes e Lacerda até a Bolívia, de uma hora, um segundo com duração de duas até um local desconhecido, onde os pilotos permaneceram por dez dias. O terceiro voo, que teve um tempo de 30 minutos, seguiu até o local de onde a tripulação foi liberada, próximo a cidade Santa Rosa.

Cativeiro – Após desembarcarem no Aeroporto Marechal Rondon, os pilotos se encontraram com familiares. Eles contaram detalhes dos 40 dias em que permaneceram nas mãos dos criminosos e revelaram que, embora fossem tratados sem violência, sentiam muito medo de morrer. Em um dos locais em que ficaram, havia uma cozinheira, responsável pela comida. Mas em muitos dias, os 2 comeram arroz em um copo plástico. Por conta disso, perderam aproximadamente 10 quilos cada um no período em que foram mantidos em poder dos criminosos.

De acordo com os pilotos, os sequestradores, 2, eram brasileiros. Já na Bolívia, a aeronave foi desacaracterizada, teve sua cor modificada, bem como autonomia de voo, tudo para dificultar a localização do equipamento. Neste período, os criminosos travavam uma negociação com  o comprador da aeronave e estes momentos eram marcados por muita tensão.

Três mecânicos, contratados pelo comprador, foram ao local onde estava o avião e acabaram mantidos como reféns pelos criminosos. Foi neste momento em que os 2 foram liberados para deixarem a Bolívia. Para que isso ocorrese, explica um dos pilotos, foi preciso negociar com os criminosos. “Não podíamos conversar com ninguém, porque se soubessem que os pilotos brasileiros estavam deixando o lugar havia o risco de morrer”, conta Evandro.

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