Riva confessa ter feito ‘pressão’ por VLT

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O ex-deputado estadual José Geraldo Riva depôs na manhã desta terça-feira (10), durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Obras da Copa, na Assembleia Legislativa. O ex-parlamentar alegou que a influência que exerceu sobre a escolha do Veículo Leve sobre Trilho (VLT) para ser executado na Capital, foi apenas política. 

Riva ainda defende que o VLT é a melhor opção de transporte público para modernizar e atender a população de Cuiabá e Várzea Grande. Contudo, disse que o fato de as obras não terem sido concluídas se deu em razão da falta de gestão, tanto do poder Executivo quanto da Assembleia Legislativa e parcialmente do Tribunal de Contas, que eram responsáveis pela fiscalização das obras. 

O presidente da CPI, deputado Oscar Bezerra (PSB) considerou de suma importância o depoimento de José Riva, porque revelou que o principal responsável pelas obras seria o então governador Silval Barbosa. 

Entre as revelações que Riva fez está a do valor orçado pelo modal. Quando o VLT foi escolhido, o principal argumento que marcou esta decisão foi o valor de R$ 696 milhões. Mas, o ex-parlamentar disse que o valor não considerava a aquisição dos vagões, algo em torno de R$ 500 milhões. 

A declaração foi encarada pelo líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Wilson Santos (PSDB), como omissão que teria causado parcialidade na opinião pública. Santos enfatizou que o VLT havia passado a ser um símbolo para Cuiabá, e que os contrários eram rechaçados por grande parte da opinião pública, que havia comprado a ideia.  

Riva permaneceu tranquilo a maior parte da oitiva. Estava munido de documentos que não eram novidades para a comissão. O depoimento do ex-parlamentar só foi possível após liberação da Justiça, já que uma ordem judicial o impedia de se aproximar da ALMT. 

Confira os principais momentos

11h24 – O presidente da CPI, deputado Oscar Bezerra questiona sobre de quem seria o problema de gestão em relação à construção do VLT. Riva responde que o erro foi do poder Executivo e também em relação à fiscalização por parte da AL e do Tribunal de Contas, embora este tenha omitido 11 relatórios sobre a condução das obras. 

11h17 – A deputada Janaina Riva (PMDB) pediu a palavra e disse ao deputado Wilson Santos, que é líder do governo, disse que o parlamentar deveria se preocupar com a ‘inércia’ do atual governo em relação a conclusão das obras do VLT, não ficar procurando culpados pela ingerência na construção do modal.

11h06 – Wilson Santos opina que faltaram informações suficientes para a opinião pública formar posicionamento quanto à eficiência do VLT para Cuiabá. Contudo, Riva diz que Wilson Santos foi escalado para ‘demonizar’ o modal. “O problema é de gestão”, repete o ex-deputado. 

10h53 –  Riva diz que se houve erro na condução do VLT pelo ex-governador Silval Barbosa, também está havendo por parte do atual governo por não solucionar a situação do modal. 

10h48 –  O deputado Wagner Ramos questiona sobre o possível pagamento R$ 80 milhões pela licitação do VLT. “Minha atuação no VLT foi somente no campo político”, enfatiza Riva.

10h28 –  “Nunca houve audiência pública para debater preço do VLT. O que querem fazer é demontar um modal que é o melhor para esta cidade. E tenho estudos que comprovam que eram necessários os 40 vagões. E vossa excelência faz parte do grupo que quer fazer isso”, exara Riva contra Wilson Santos. 

10h22 – Wilson Santos questiona o valor aproximado R$ 696 milhões sobre o que custaria o VLT. Riva diz que este montante não abrangia os vagões, que custaram em torno de R$ 500 milhões. “Então esta informação foi sonegada?”, interroga o parlamentar. “Não cabia a nós fazer orçamento”, rebate Riva.  

10h11 – O deputado Wilson Santos (PSDB) exalta que José Riva demonstrou falta de compromisso com a parte técnica em relação co VLT. “Como o senhor conseguiu convencer o ex-governador Silval Barbosa, os teus colegas, o governo federal sobre a vantagem do VLT”, questiona Wilson Santos. “O senhor não deve ter escutado direito. Eu busquei conhecimento técnico, mas não convenci ninguém que o VLT fosse mais conveniente. Eu fiz a pressão pelo modal porque a maioria da população queria”, rebate Riva. 

10h06 – O deputado Wagner Ramos questiona a utilização do estudo da TTrans como base para defender o VLT, já que a CPI teve acesso a informação que o citado estudo foi feito de improviso em um final de semana e com consulta em sites na internet. “Este estudo não serviu para nada”, exclama José Riva. “Não precisa se aprofundar muito para entender que o VLT é o melhor modelo. Ele foi escolhido por convicção e não em base de estudos”, disse o ex-deputado. 

9h53 – O ex-deputado relata que o Ministério Público não tinha condições de fiscalizar as obras. Ele relata que chegaram a fazer uma licitação, uma empresa ganhou, mas os demais deputados à época decidiram que seria muito oneroso. “Fiz pressão política para que o VLT fosse escolhido”, revela.  

9h50 – Riva relata que defendia um modelo de concessão ou parceria público privada (PPP) e que o governo não deveria investir na obra. “A questão do VLT não é uma questão de estrutura e sim de gestão”. 

9h40 – A escolha pelo VLT se deu por decisão técnica, relata José Riva. O ex-deputado enfatiza que o VLT não foi escolhido somente porque houve uma visita ao modal de Porto, em Portugal, que foi proposta pelo ex-governador Silval Barbosa, acompanhado de Riva, Guilherme Maluf e Sérgio Ricardo. 

9h35 – Riva explica que a indicação de Éder Moraes foi do então governador Silval Barbosa. Já em relação ao VLT, o ex-deputado diz que já ouviu muita “besteira” sendo falada sobre este assunto, mas que ninguém demonstrou a verdade até agora. Ele cita em 1988 começou a discussão sobre a possibilidade de implantação do modal.

O assunto só foi retomado em 2008, quando houve uma reunião na AL com participação de técnicos. “O VLT não implantado somente por causa da Copa. A necessidade do modal era em razão da necessidade de um transporte moderno, limpo e ágil. Não tem sentindo a implantação de um modal como o VLT somente para atender a um evento”. Riva diz que não se recorda de uma discussão em torno do BRT, somente sobre o Veículo Leve sobre Trilhos. 

9h30 – O deputado estadual, Silvano Amaral (PMDB) questiona sobre o envolvimento de José Riva nas Obras da Copa. Riva responde que toda a classe política estava envolvida com o mundial. No momento o questionamento resgata a criação da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) e a participação de Éder Moraes como secretário. A intenção é saber sobre a mudança da escolha do modal VLT ao invés de BRT. 

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