O ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva (PSD) foi preso em Cuiabá pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). Esta nova operação recebeu o nome de “Célula Mãe”, numa referência ao que foi descoberto e a partir de quem e onde ocorriam as fraudes.
A prisão de Riva foi efetuada por volta das 17h e o ex-deputado está detido no Centro de Custódia da Capital (CCC). No total, foram decretadas 5 prisões preventivas. Entre os alvos estão os servidores da Assembleia Legislativa, Geraldo Lauro e Maria Helena Ribeiro Alves Caramelo, ambos já investigados na Operação Metástase, deflagrada no dia 23 de setembro.
Até o momento Geraldo e Maria Helena ainda não foram presos. Eles são servidores efetivos da Assembleia Legislativa lotados no gabinete do deputado Gilmar Fabris (PSD).
Esta é a terceira vez que Riva vai preso só em 2015, todas por determinação da juíza Selma Rosane Santos Arruda, titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Em maio 2014 ele tambémfoi preso na 5ª fase da Operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF).
Agentes do Gaeco devem retomar diligências somente na manhã desta quarta-feira (14) para cumprir os demais mandados expedidos pela juíza Selma Rosane. As prisões são desdobramentos da Operação Metástase que apura um esquema de desvio de verbas de suplementos no Legislativo Estadual, cujo prejuízo estimado pelo Gaeco é de R$ 2 milhões.
Defesa de Riva
O advogado Valber Melo disse que ainda não teve acesso aos autos e não sabe por quais acusaões que Riva foi preso. Também integrante da banca de defesa de Riva, o advogado Rodrigo Mudrovisch afirmou em nota que por enquanto ainda não vai se manifestar sobre o caso até que tenha pleno conhecimento dos motivos que levaram à nova prisão “uma vez que ele já cumpria medidas restritivas e não oferecia risco algum de fuga ou à sociedade. Por enquanto não há o que declarar uma vez que ainda não tivemos acesso ao processo”, disse Mudrovisch.
Operação Metástase
Das 22 pessoas alvos da Operação Metástase deflagrada pelo Grupo em setembro 10 eram servidores comissionados ocupando cargos na presidência da Assembleia Legislativa, no gabinete da deputada Janaina Riva (PSD) e na Secretaria de Controle Interno. Leia mais aqui.
Relembre as prisões de Riva em 2015
A primeira prisão de Riva neste ano foi cumprida na Operação Imperador deflagrada pelo Gaeco no dia 21 de fevereiro, numa tarde de sábado às vésperas de uma reportagem sobre corrupção em Mato Grosso exibida no Fantástico da Rede Globo. Ele era um dos alvos de investigações citados na reportagem. Pesa contra ele acusações de chefiar um esquema que desviou R$ 62 milhões da Assembleia Legislativa por meio de fraude em licitações entre 2005 e 2009. A prisão durou 123 dias.
Seis dias depois de ganhar liberdade por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), José Riva voltou a ser preso pela 2ª vez no dia 1º de julho quando o Gaeco deflagrou a Operação Ventríloquo para investigar mais um esquema envolvendo desvio de verbas na Assembleia Legislativa no período em que o social-democrata comandou a Casa. As investigações apontam para um desvio de cerca de R$10 milhões da ALMT, entre os anos de 2013 e 2014 sob o comando de Riva envolvendo valores de seguros contratados junto ao Banco HSBC para os funcionários da Assembleia. A prisão durou apenas 13 horas pois no mesmo dia a defesa do ex-deputado conseguiu uma liminar no Supremo dada pelo ministro Gilmar Mendes suspendendo a ordem de prisão preventiva.
Agora, mesmo cumprindo algumas medidas restritivas impostas pela juíza Selma Rosane, o ex-deputado volta a ser preso nos desdobramentos da Operação Metástase.
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