Renda Brasil pode ressurgir pelo Congresso, dizem assessores de Bolsonaro

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Tânia Monteiro

Apesar da explosão do presidente Jair Bolsonaro, na manhã desta terça-feira, 15, no Planalto, ao dizer que “estava proibido falar” em Renda Brasil até 2022, o novo programa social que estava sendo desenhado pelo governo pode não estar completamente morto e enterrado em sua gestão. O programa tem o apoio de vários segmentos do governo e principalmente de parlamentares que veem na ampliação dos benefícios um bilhete de passagem para suas reeleições.

Deputados e senadores têm falado sobre a reformulação do Bolsa Família em viagens e campanhas, principalmente no Nordeste, e encorajado o presidente a viabilizá-lo, embora não digam de onde tirar os recursos para financiá-lo.

O Planalto já tinha colocado o Renda Brasil em ritmo mais lento, após decidir pela prorrogação do auxílio emergencial até dezembro. Com isso, o governo entendeu que ganhou tempo para um programa que é visto, inclusive, como um puxador de votos para o presidente e todos que o apoiam.

Por isso a reação explosiva do presidente ao ver a repercussão negativa da proposta de financiar o novo programa com o congelamento, por dois anos, de benefícios previdenciários (aposentadoria, pensão, auxílio-doença e salário-família)

No vídeo, o presidente avisou que o programa Renda Brasil estava descartado e repetiu que não ia “tirar nada dos pobres para dar aos paupérrimos”. Com isso, Bolsonaro, também tentou encerrar as especulações, ignorando, inclusive as repercussões no mercado do pito na equipe econômica.

Ainda em agosto, o presidente Bolsonaro já havia avisado, durante uma de suas viagens, que não iria tirar dinheiro dos pobres para beneficiar paupérrimos, ao barrar uma revisão no abono salarial (benefício de até um salário mínimo pago a quem ganha até dois pisos)

Em uma reunião no Planalto, no início da tarde de segunda-feira, com Paulo Guedes, o presidente reiterou que não admitia cortar nada de aposentados ou de benefícios sociais atualmente existentes, para criar o Renda Brasil.

Segundo Bolsonaro, a necessidade de manter o teto de gastos, mesmo com novas despesas, teria de passar por outros caminhos e que a equipe economia teria de encontrar os meios e ser “criativa”, mas sem prejudicar os menos favorecidos. De acordo com um interlocutor do presidente, como ele foi taxativo em dizer que esta possibilidade estava descartada, ele perdeu a paciência e explodiu ao ver as manchetes com a proposta de congelar as aposentadorias e pensões.

No Planalto, a ideia é que se conseguisse que o programa Renda Brasil aumentasse em 50% o valor médio do Bolsa Família, que é de R$ 190 para R$ 300, patamar do auxílio emergencial prorrogado até dezembro.

Sobre o futuro do secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, que defendeu o congelamento de aposentadorias e pensões por dois anos, um interlocutor do presidente lembrou que, o fato de o próprio ministro da Economia não tê-lo defendido e ter se esquivado do chute na canela dado pelo presidente, ao falar em “cartão vermelho”, parece um sinal de que Waldery pode ser rifado.

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