Remanescentes de time campeão vivem fases distintas no Atlético

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Bruno Cantini/Atlético

Há sete anos, milhões de torcedores do Atlético celebravam a conquista inédita da Copa Libertadores, maior feito nos 112 anos do clube. Derrotado pelo Olimpia do Paraguai no jogo de ida da final, por 2 a 0, o Galo venceu a partida de volta, pelo mesmo placar, e a disputa por pênaltis, por 4 a 3. Mais de 58 mil atleticanos compareceram ao Mineirão na virada da noite de quarta-feira, 24 de julho, para a madrugada de quinta, 25, proporcionando renda de bilheteria superior a R$ 14 milhões.

O goleiro Victor, o zagueiro Réver e o atacante Diego Tardelli são os remanescentes do elenco campeão da América do Sul em 2013. No rol de ídolos alvinegros, os três vivem momentos diferentes no time de 2020 comandado pelo técnico argentino Jorge Sampaoli.

Victor foi ‘canonizado’ pelos atleticanos pela defesa do pênalti de Riascos, aos 48 minutos do segundo tempo do duelo de volta das quartas de final, contra o Tijuana, no Independência. O placar de 1 a 1 classificou o Galo, que levou vantagem no gol qualificado como visitante por ter empatado uma semana antes por 2 a 2, no México.

Na semifinal, contra o Newell’s Old Boys, da Argentina, Victor se mostrou novamente decisivo ao pegar a cobrança do meia Maxi Rodríguez e ajudou o Atlético a ganhar nos pênaltis, por 3 a 2. Na decisão, voltou a brilhar nas penalidades máximas segurando o chute do zagueiro Miranda, do Olimpia.

No Galo desde julho de 2012, Victor disputou 422 jogos e foi campeão também da Copa do Brasil de 2014, da Recopa Sul-Americana de 2014 e dos Mineiros de 2013, 2015 e 2017. Hoje, aos 37 anos, vive situação diferente de quando era “insubstituível”. Reserva de Rafael, ele pode virar o terceiro goleiro se a diretoria atender aos pedidos de Sampaoli e contratar um atleta da posição que tenha qualidade para controlar a bola com os pés e fazer passes e lançamentos.

Protetor da meta de Victor ao lado de Leonardo Silva, Réver foi o responsável por levantar a taça da Libertadores na condição de capitão. Zagueiro-artilheiro, ele marcou dois gols no torneio: um na vitória sobre o São Paulo (2 a 1), na estreia da fase de grupos, e outro no empate por 1 a 1 com o Tijuana, nas quartas de final. Impulsionado pela estatura de 1,93m, o camisa 4 balançou a rede 26 vezes em 235 partidas pelo clube.

Na retomada do futebol, Réver, de 35 anos, será titular no Galo ao lado de Igor Rabello. Ele ganhou a posição com a lesão sofrida por Gabriel no púbis. Entretanto, a concorrência é forte, uma vez que a diretoria buscou dois reforços indicados por Sampaoli: o paraguaio Junior Alonso, adquirido ao Lille, da França, por R$ 18 milhões, e o brasileiro Bueno, emprestado pelo Kashima Antlers, do Japão.

Quem não teve a mesma sorte de Réver foi Diego Tardelli, que fraturou o tornozelo direito em jogo-treino no último dia 15, contra o América, na Cidade do Galo. Por conta do problema, o camisa 9, testado por Sampaoli como centroavante, só deve retornar aos gramados em 2021. De volta ao Atlético no início de fevereiro, após passagem apagada pelo Grêmio, o veterano de 35 anos disputou somente os últimos 20 minutos da vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, em 7 de março, no Mineirão.

Em 2013, Tardelli integrou o quarteto ofensivo do Galo ao lado de Ronaldinho Gaúcho, Bernard e Jô na campanha da Libertadores. Escalado por Cuca como ‘ponta-direita’, o atacante marcou seis gols em 13 partidas e se consolidou de vez como xodó da torcida. Naquele ano, ele havia voltado ao clube depois de defender FK Anzhi, da Rússia, e Al-Gharafa, do Catar. Tardelli permaneceu no Galo até janeiro de 2015, quando alcançou a 15ª posição entre os maiores artilheiros do clube, com 110 gols.

Saiba por onde andam outros jogadores importantes da campanha:

Marcos Rocha (lateral-direito) – aos 31 anos, está em atividade pelo Palmeiras. Pelo Galo, tornou-se um dos maiores atletas da posição, com 306 jogos, 13 gols e 46 assistências.

Michel (lateral-direito) – aos 30 anos, é reserva de Fagner no Corinthians. Jogou a decisão na vaga de Marcos Rocha, que estava suspenso, e deu lugar a Alecsandro aos 27 minutos do segundo tempo.

Leonardo Silva (zagueiro) – aposentou-se aos 40 anos, em 2019, pelo Atlético. Disputou 390 jogos e marcou 36 gols – o mais importante aos 41 minutos do segundo tempo do duelo contra o Olimpia.

Richarlyson (lateral-esquerdo) – aos 37 anos, joga pelo Noroeste, da Série A3 do Campeonato Paulista. Era titular no Galo de 2013, mas cumpriu suspensão na finalíssima e deu lugar a Júnior César.

Júnior César (lateral-esquerdo) – parou de jogar aos 32 anos, em 2014, pelo Botafogo. Em 2017, chegou a disputar 10 partidas pelo Itaboraí na segunda divisão do Campeonato Carioca.

Gilberto Silva (zagueiro) – abandonou os gramados em 2013, aos 37 anos, mas só oficializou a decisão em dezembro de 2015. Volante em toda a carreira, foi utilizado no Atlético como zagueiro.

Pierre (volante) – encerrou a carreira aos 36 anos, em 2018, pelo Joinville. No ano passado, trabalhou como comentarista do DAZN em transmissões de jogos do Atlético na Copa Sul-Americana.

Josué (volante) – pendurou as chuteiras justamente no Atlético, em 2015, aos 36 anos. Desde então, dedica-se a agenciar jogadores de futebol e cantores de música sertaneja.

Serginho (volante) – aos 35 anos, foi contratado para defender o Villa Nova nas duas últimas rodadas do Campeonato Mineiro de 2020.

Leandro Donizete (volante) – aos 38 anos, teve o contrato expirado com o Santos em janeiro de 2020. Desde então, está sem clube.

Ronaldinho Gaúcho (meia) – o melhor jogador do mundo em 2004 e 2005 encantou os atleticanos com lances plásticos, passes precisos e belos gols na Libertadores de 2013. Na campanha, marcou quatro vezes em 14 partidas. Hoje, aos 40 anos, cumpre prisão domiciliar em Assunção, no Paraguai, por uso de passaporte falso.

Rosinei (meia) – aos 37 anos, jogou pela última vez no Palmas-TO, na Série D de 2019. Foi dele o passe para Jô fazer o primeiro gol na vitória sobre o Olimpia no Mineirão.

Guilherme (meia) – marcou o segundo gol do Galo na semifinal contra o Newell’s, aos 50 minutos do segundo tempo, no famoso jogo do apagão dos refletores do Independência. Aos 32 anos, está sem clube desde que deixou o Fluminense, em 2019.

Neto Berola (atacante) – aos 32 anos, defende o América desde o início de 2019 e se encontra em fase final de recuperçaão de grave lesão no joelho direito.

Luan (atacante) – aos 29 anos, o ‘Menino Maluquinho’ jogou o Galo até o fim de 2019, com 305 partidas e 49 gols. Na sequência da carreira, transferiu-se para o V-Varen Nagasaki, do Japão.

Jô (atacante) – foi o artilheiro da Libertadores de 2013, com sete gols. Na decisão, abriu caminho para a reação alvinegra ao se aproveitar de falha do volante Pittoni e chutar rasteiro no canto direito. Em junho, o centroavante de 33 anos foi anunciado pelo Corinthians.

Bernard (atacante) – foi o responsável pelo cruzamento para Leonardo Silva marcar o segundo gol atleticano na decisão. Aos 28 anos, defende o Everton, da Inglaterra, desde 2018. Antes, jogou por cinco temporadas no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia.

Alecsandro (atacante) – sagrou-se campeão da Libertadores ao lado do irmão, Richarlyson. A temporada 2013 foi a única dele pelo Galo. Aos 39 anos e com 263 gols na carreira, o experiente centroavante está no CSA desde julho de 2019.

© Bruno Cantini/Atlético Elenco do Atlético campeão da Copa Libertadores de 2013

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