Mato Grosso é quarto no ranking nacional com a maior taxa de assassinatos no país por grupo de 100 mil habitantes, com índice de 39,6. O levantamento faz parte do “Diagnóstico dos Homicídios no Brasil: Subsídios para o Pacto Nacional pela Redução de Homicídios”, elaborado pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) do Ministério da Justiça que aponta ainda que Mato Grosso tem a maior taxa deste tipo de crime no Centro-Oeste.
Segundo os dados, em quatro anos o número de mortes cresceu 35% no Estado, passando de 994 em 2011 para 1.276 no ano passado. As maiores taxas de homicídios são registradas em Várzea Grande (84,7), Rondonópolis (52,9) e Cuiabá (42,6).
O levantamento aponta que em Mato Grosso de sete indicadores avaliados, em cinco o estado apresentou classificação ruim, sendo o único do Centro-Oeste a apresentar mais indicadores ruins e nenhum bom. Com esse resultado, o estudo aponta uma situação de sociabilidade violenta combinada com existência de gangues, circulação e mercado ilegal de drogas, falta de proteção do Estado e interações violentas entre polícia e população.
Nos indicadores transversais, que são aqueles que constituem fatores de risco para qualquer tipo de violência, o Estado foi classificado como ruim. No indicador gangues e drogas, que aponta a existência de gangues e o consumo e o tráfico de drogas, também foi classificado como ruim.
No indicador de violência interpessoal, que se refere a brigas de bar, brigas de vizinhos, vinganças, brigas e conflitos que ocorrem em espaços públicos e entre sujeitos que não mantêm uma relação conjugal, ou filial, o Estado ficou como ruim. Outros dois indicadores que são a presença do Estado e conflitos da polícia com a população também foram ruins. Apenas o indicador patrimonial, que representa a ocorrência de latrocínio, roubo de veículos e a instituições financeiras, e o indicador de violência doméstica, foram medianos.
Plano
O documento elaborado em parceria com estados e municípios deve ser usado como ferramenta para elaborar políticas públicas de combate à violência com meta de redução de homicídios de 20% em quatro anos. O foco da atuação do pacto é agir diretamente em áreas com as maiores concentrações de homicídios dolosos.
O resultado foi um recorte de 80 municípios, nas 26 Unidades da Federação e a Região Administrativa da Ceilândia, no Distrito Federal, somando 81 localidades prioritárias de ação, com 22.569 registros de homicídios em 2014, o que representa, aproximadamente, 50% do total registrado no Brasil.
Na região Centro-Oeste, além dos estados foram definidos oito municípios para o pacto pela redução. São eles Campo Grande (MS), Goiânia (GO), Luziânia (GO), Anápolis (GO), Aparecida de Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Rondonópolis (MT) e Várzea Grande (MT).
