Elayne Mendes/A Gazeta
Mato Grosso lidera o ranking dos focos de calor nas Áreas de Conservação espalhadas pelo país. De acordo com o último relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), referente ao dia 9 de outubro, o Estado registrou 27 pontos de calor, seguido pelo Pará com 19 e o Amazonas com 16. Nas áreas monitoradas, a soma dos focos das Unidades de Conservação Federal (UCF), Unidade de Conservação Estadual (UCE) e Terras Indígenas monitoradas (TI), somaram 128 focos.
Ao todo 13 municípios de Mato Grosso apresentaram focos de calor, sendo eles: Vila Bela da Santíssima Trindade, Novo Santo Antônio, Rosário Oeste, Ribeirão Cascalheira, Cuiabá, Pontes e Lacerda, Aripuanã, Juína, Apiacás, Cocalinho, Cáceres, Nova Bandeirantes e Colniza. Destes o que ganhou destaque foi a cidade de Cocalinho, com 12 pontos.
De acordo com o ambientalista Mário César Coelho, a situação resulta em um grande prejuízo para a fauna e a flora, e é importante que se trabalhe para que espécies endêmicas não sejam atingidas. “Nós já estamos com um número alarmante de espécies nativas em extinção. O aumento de queimadas em áreas de conservação representa um risco maior a essas espécies”.
O Estado lidera também o índice cumulativo de focos de queimadas com 666 pontos. Uma realidade extremamente distante do Rio Grande do Sul, onde apenas um foco foi registrado. O balanço do mês até esta sexta-feira (10), apontava 2.540 pontos de calor. A pneumologista Márcia Diniz explica que em se tratando das queimadas urbanas os mais afetados são as crianças de até 13 anos e os idosos acima de 60 anos. “Com estes pacientes especificamente é fundamental que se redobre a atenção quanto aos problemas causadores de males respiratórios”.
Quando a pessoa já possui um histórico de problemas inalatórios o caso é ainda mais delicado. “O efeito nocivo se manifesta amplamente nos portadores de asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (manifestada geralmente a fumantes), bronquectasias e sequelas pulmonares”.
