A partir de hoje (15) as queimadas estão proibidas em Mato Grosso. O período proibitivo, que vai até 15 de setembro, podendo ser prorrogado, restringe o uso do fogo na área rural durante a estiagem no estado. Nas áreas urbanas as queimadas estão proibidas durante o ano todo. A restrição tem o objetivo de diminuir os riscos provocados pelo fogo nesta época do ano, quando o forte calor e a baixa umidade relativa do ar podem colaborar para incêndios de grandes proporções.
Conforme dados de monitoramento via satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) até ontem (14) Mato Grosso havia registrado 5.635 focos de calor, se mantendo assim como o estado brasileiro com o maior número de registros. De acordo com o tenente coronel Paulo André Barroso, comandante do Batalhão de Emergências Ambientais (BEA), nesse ano foram investidos R$ 1,7 milhão em ações referentes ao Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCDQ/MT) nos 141 municípios. Conforme Barroso, a ação envolve 75 bombeiros que vão atuar diretamente nas 18 unidades do Corpo de Bombeiros do Estado e também nas cinco brigadas mistas e 10 bases descentralizadas de circulação nas quatro principais regiões do Estado que são Araguaia, Noroeste, Centro-Norte e Região Metropolitana.
O comandante afirma que todo o Estado estará coberto durante o período de proibição. Segundo ele, essa garantia se dará pelas bases descentralizadas que farão rondas ostensivas a partir de denúncias e monitoramento via satélite. “Essas bases vão ser comandadas por meio de um centro integrado operacional, que é uma base do Corpo de Bombeiros instalada na Sema, cujo papel é planejar e direcionar as ações de forma mais eficaz”. Barroso destaca que, apesar da cobertura ser em todo o Estado, a região da Amazônia Legal, que compreende os municípios da região Centro-Norte de Mato Grosso, é um bioma sensível, onde caso o fogo atinja é irreversível a recuperação, por isso há um cuidado ainda maior com essa área.
A previsão é de que o período termine no dia 15 de setembro, porém há alguns anos ele vem sendo prorrogado. “Nos últimos anos essa prorrogação foi constante devido ao aumento no período de estiagem em consequência ao aumento do desmatamento”. Barroso lembra que a queimada é crime ambiental e com até quatro anos de prisão. Quem for flagrado ateando fogo será multado e o valor varia de acordo com a área atingida. A multa varia de R$ 1 mil a R$ 7,5 mil por hectare.