Marcus Vaillant Presidente do Sintep diz que assessoria jurídica avalia se cabe ingressar com ação cautelar contra o governo devido ameaças de corte de ponto |
Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), o professor Henrique Lopes do Nascimento revelou ao Gazeta Digital que a assessoria jurídica do sindicato já estuda medidas judiciais para “enfrentar” o governo do Estado após o anúncio de corte de ponto e início de processo demissório contra os servidores interinos.
“Vamos nos antecipar contra essa ‘batida de cabeça’ do governo e já estamos estudando se cabe ingressar com uma ação cautelar em torno dessas ameaças do governo. Nosso corpo jurídico está avaliando se cabe essa ação”, adiantou o sindicalista nesta tarde de terça-feira (1º).
Ainda sobre as ameaças do governo de cortar ponto de quem não voltar ao trabalho e demitir os contratados, Henrique afirma que não é novidade. “Já assisti esse filme antes, na década de 80 no governo Júlio Campos. Ele agiu dessa mesma forma endurecendo contra os professores em greve e depois teve que voltar atrás. Hoje, sabemos que é inexequível essa decisão judicial que manda 50% dos trabalhadores voltarem ao trabalho, não temos como cumprir a vontade do governo”, ressalta ele
Próximos passos
Mesmo com 2 decisões judiciais desfavoráveis, 1 declarando a greve como “abusiva” e outra determinando a volta de 50% dos servidores ao trabalho, o Sintep afirma que a paralisação segue por tempo indeterminado e completará 2 meses no próximo dia 12 de outubro. Para isso, já está marcada uma assembléia-geral para a próxima sexta-feira (04) em Cuiabá, onde serão deliberados os próximos passos do movimento paredista.
Questionado se existe a possibilidade de debaterem um possível fim da greve no encontro, Henrique Lopes diz que a assembléia é aberta e todos os participantes têm direito de participar. “Se alguém quiser colocar essa questão para discussão, tudo bem. Mas já antecipo que o que encerra a greve é uma nova proposta e sem isso a greve continua”, ressalta o presidente do Sintep.
Apoio
Outra medida adotada pelos servidores em greve é participar nesta semana de todas as sessões da Assembleia Legislativa com intuito de descobrir se existe ou não algum projeto encaminhado pelo Executivo Estadual para ser aprovado pelos deputados para em tese, beneficiar os professores. “Caso exista algum projeto queremos debater e dar nossas contribuições. Precisamos do apoio dos deputados para intermediar esse diálogo porque não temos somente o Poder Executivo”, justifica o presidente do Sintep ao pontuar que existem ainda o Legislativo para ampliar o debate o e Judiciário, onde podem recorrer com os recursos legais contra as atitudes do governo.