PROBLEMA ANTIGO Maggi diz ser preciso ‘plano de guerra’ para enfrentar infraestrutura brasileira

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Welington Sabino, repórter do GD
Waldemir Barreto/Agência Senado 
Senador Blairo Maggi usou tribuna do Senado Federal para reclamar das precárias condições das estradas brasileiras, o que não é novidade pra ninguém

Ex-governador de Mato Grosso por 2 mandatos, dos quais o segundo não foi concluído em virtude da renúncia para disputar as eleições 2010, o hoje senador Blairo Maggi (PR) voltou a criticar, na tribuna do Senado Federal, o setor da infraestrutura, que segundo ele, não foi ampliado e nem passou por melhorias para acompanhar o crescimento da produção agrícola, a tecnologia e fabricação de automóveis. Ele lembrou que transporte ainda é feito nas mesmas rodovias e garante que enquanto governador do Estado fez “um esforço gigantesco para ultrapassar as metas de produção, os empresários, a Embrapa – o governo também deu apoio com as linhas de financiamento-, e o objetivo de 100 milhões de toneladas de grãos já foi ultrapassado”.

O país produz, hoje, 180 milhões de toneladas somente de grãos, além da cana-de-açúcar que depois de transformada etanol também precisa percorrer as mesmas estradas, reclamou o parlamentar segunda-feira (1º), ao lamentar que o Brasil e a infraestrutura não acompanharam o crescimento econômico que teve na área da indústria e principalmente do agronegócio. Maggi disse que quando se vê as imensas filas de caminhões pelas estradas brasileiras, principalmente em Mato Grosso, é porque está tudo interligado com estradas ruins, ferrovias que não aconteceram, portos que não são ampliados. O senador defende que o país enfrente a questão como num plano de guerra. “Na guerra quem entra luta pela liberdade de um povo, e a nós interessa lutar pela mobilidade do nosso povo. Estamos presos, como dois lutadores que se agarram no embate, sem ter pra onde ir”, lamentou o republicano.

Maggi enfatizou que as dificuldades que o país teria foram previstas, e nada foi feito, ou pelo menos, não a contento. “Fizemos o Brasil crescer, fazendo um país autosuficiente, que pudesse gerar divisas dando condições ao governo de criar programas sociais que hoje são um exemplo para o resto do mundo. Fizemos tudo isso, e mais uma vez, esquecemos-nos da infraestrutura. Estamos levando horas para percorrer hoje o mesmo trecho, porque as rodovias estão abarrotadas de carretas, carros. Os brasileiros estão perdendo o direito de ir e vir. E isso é ineficiência. Sendo que o custo acaba não ficando com ninguém, são penalidades duras que estão fugindo ao controle”, agravou Maggi. Mas vale lembrar que a sigla do senador, o Partido da República, pertence à base de aliados da presidente Dilma Rousseff (PT).

Blairo Maggi disse que há 30 anos Mato Grosso produzia 30 mil toneladas de grãos e hoje são 36 milhões, mas nesse período a única alternativa que apareceu para ajudar no escoamento da produção é o corredor da hidrovia rio Madeira/Amazonas, que ele mesmo construiu e liga o centro ao norte do país. “De resto, é o mesmo carreiro que a gente tinha, a mesma estrada que tínhamos 30 anos atrás. O país não tem conseguido dar vazão à criação de novas rodovias, à instalação de novos portos”, pontuou.

O senador lamentou que a sensação é a de que não há o conhecimento de que para o Brasil produzir mais, aumentando as riquezas e fortalecendo a economia, precisa de infraestrutura, de rodovias, ferrovias, aeroportos. “A preocupação é de todos, não adianta comprar um carro, uma bicicleta, se daqui a pouco não teremos para onde ir. Ficaremos fazendo turismo pela internet, impossibilitados até mesmo de viajar nas épocas festivas, por exemplo, pois, os congestionamentos não são só para o setor produtivo, está nas rodovias e nos portos como está nos aeroportos”, desabafou. (As informações são da Assessoria

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